O deputado
estadual Paulo Trabalho (PSL) deixou a base do governador Ronaldo Caiado na
Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O parlamentar disse que divergências
ideológicas foram uns dos motivos para o afastamento. O estopim se deu com a
exoneração do governo de pessoas indicadas por ele.
“Eu já vinha
tendo uma posição de independência e cobrança sobre a situação das estradas, da
saúde e do rompimento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Então
coloquei à disposição do governador qualquer indicação minha no Estado e,
portanto, ele entendeu que deveria exonerar”, disse.
Paulo
acrescentou que, com isso, não faz parte mais da base e, na Assembleia, vai
apoiar aqueles projetos que considerar bons para Goiás e se posicionar contra
aqueles que discordar. “Quando fiz as indicações ao governo entendi que o
espaço seria para ajudá-lo na gestão, mas não posso me sentir amordaçado por
isso”, pontuou.
O deputado
disse que sempre teve admiração por Caiado, por ser de família de produtores
rurais, mas que foi se decepcionando com o político. “Ele já rompeu comigo e
com a direita do Estado no início da pandemia, quando convocou a imprensa para
falar mal do presidente e citou o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, que nós consideramos ser um socialista.”
Paulo também
afirmou que o governador teria tido posturas “comunistas” ao discordar do
presidente no início da pandemia da Covid-19. “Ele teve um discurso comunista
quando colocou empregados contra patrões. O lockdown inicialmente foi correto,
mas depois durou mais que o necessário. Ele pisou na cabeça de Bolsonaro porque
achou que ele estava enfraquecido, mas depois percebeu que apostou errado e
tenta se redimir, mas a direita do Estado ele não engana”, disse.
EXONERAÇÕES
Um dos
indicados por Paulo que foi exonerado pelo governador é Domiciano Alves da Cruz
Neto, agora ex-diretor de Pesquisa Agropecuária, da Agência Goiana de
Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater).
Também foram
exoneradas, de acordo com a publicação desta quarta-feira (14) do Diário Oficial
do Estado, Bruna Carolina Krauspenhar Parreira, que estava lotada como
assessora especial na Secretaria de Estado de Administração, e José Silva
Amaral Júnior, que estava como assessor na mesma pasta. Os três se disseram
surpresos com a decisão.
Com a saída
de Paulo da base do governador, Caiado passa a ter 26 deputados no grupo,
número apertado já que para a aprovação de uma PEC, por exemplo, é preciso o
mínimo de 25 votos favoráveis. O governo do Estado disse que não irá se
pronunciar a respeito.
Fonte: O
Popular
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