Emater inicia investigação sobre praga que ataca pequizeiros; praga já foi detectada em quatro municípios do Nordeste Goiano
Produtores
de pequi em Goiás devem ficar atentos quanto à ocorrência de uma praga que pode
provocar a morte das árvores e, por conseguinte, do fruto que é símbolo da
cultura goiana. O Governo do Estado, por meio da Agência Goiana de Assistência
Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), já iniciou uma
investigação para identificar os mecanismos biológicos da lagarta responsável
pelo ataque para, assim, possivelmente encontrar formas de combate ao problema.
A entidade
orienta que, neste primeiro momento, agricultores observem suas plantações e
reportem à Estação Experimental Nativas do Cerrado [telefones (62)
3203-5969/(63) 9966-0778] caso haja ocorrência da praga na propriedade.
Os primeiros
registros em quantidades significativas de broca-do-tronco aconteceram há cerca
de um ano e meio em Janpovar, cidade da região Norte de Minas Gerais. Por causa
da praga, produtores mineiros relataram que houve redução da safra do pequi,
que ocorre entre dezembro e fevereiro.
Em Goiás,
segundo a pesquisadora do Laboratório de Entomologia e Controle Biológico da
Emater, Karin Collier, a ocorrência já foi detectada em quatro municípios do
Nordeste Goiano: Sítio D’Abadia, Damianópolis, Mambaí e Buritinópolis.
A
especialista esteve nos locais para ouvir produtores e coletar material para a
pesquisa. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) também
está realizando estudos com captura dos insetos com o intuito de verificar a
espécie e planejar estratégias de proteção.
De acordo
com Karin Collier, o trabalho da Emater goiana será dividido em três eixos,
executados simultaneamente. O primeiro é o monitoramento, cujo propósito é
mapear a ocorrência da praga em Goiás. O segundo eixo consiste em conhecer o
ciclo de vida do inseto, processo conduzido por meio de sua criação em
laboratório. Já o terceiro fundamenta-se na elaboração de alternativas para a
recuperação dos pequizeiros atacados.
A
broca-do-tronco ataca o tronco e as raízes do pequizeiro, construindo galerias
em seu interior, fazendo com que o fluxo da seiva seja interrompido e
dificultando a absorção de nutrientes pela planta.
A praga pode
colocar em risco a produção de pequi no Estado, que é o terceiro maior produtor
do fruto no país, com registro de 2.338 toneladas em 2019, conforme o relatório
Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura publicado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valor de produção, Goiás fica
em segundo lugar, tendo movimentado R$ 3,3 milhões na economia por meio da
cadeia produtiva de pequi.
Comunicação
Setorial – Emater
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