Um incêndio
que havia sido controlado voltou a tomar força na terça-feira (29) e continuava
a causar destruição na Chapada dos Veadeiros, região nordeste de Goiás, na
tarde desta quinta-feira (1º). As chamas destruíram ao menos quatro casas de um
dos povoados da região, segundo moradores locais.
De acordo
com o tenente do Corpo de Bombeiros Luiz Fernando Pereira do Nascimento,
coordenador do Terceiro Comando Regional da Operação Cerrado Vivo 2020, estão
atuando no local 48 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), 15 do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos
Incêndios Florestais (PrevFogo) e 20 bombeiros militares.
Munidos de
bombas hidráulicas, sopradores e abafadores, eles concentram os combates às
chamas no período da noite, quando as altas temperaturas dão uma leve trégua.
“Durante o dia é muito difícil o combate. Das 10h às 16h fazemos o
monitoramento, o planejamento do combate e verificamos para onde os focos estão
indo”, explica.
Povoado
atingido
Marcos
Antônio Batista da Silva, dono de uma pousada na Vila de São Jorge, conta que o
incêndio destruiu quatro casas em um povoado próximo, o Capela, localizado
entre Colinas do Sul e Cavalcante. De acordo com ele, não houve feridos, e os
moradores desses locais foram abrigados por amigos e parentes também na região.
Com o
intuito de auxiliar os prejudicados em Capela, Marcos começou uma rifa pelo
Facebook. Ao preço de R$ 50 por número, os participantes concorrem a um fim de
semana na casa dele, na Vila de São Jorge. “Todo o dinheiro vai ser doado para
ajudar na reconstrução das casas em Capela, que é o povoado mais carente da
região”, conta.
Além do
sofrimento humano, Marquinhos lembra também da fauna local. “Fico com dó vendo
o fogo se alastrando, primeiramente pelos animais. Muitos vão morrer nesse fogo
se ele não for apagado logo”, diz.
Múltiplos
focos
Até o
momento não é possível calcular o tamanho da área destruída pelo fogo. O
tenente Nascimento ressalta que o fogo se alastra em diferentes pontos da
chapada, dificultando o combate. “São múltiplos focos. Não tem como ter
presença em todos. Dependendo da velocidade, poderia ter mil homens lá, não
teria como fazer um combate efetivo”, pondera.
Ele destaca
que o clima da região nesta época do ano contribui para a gravidade da
situação. “Nesta época, a vegetação densa e a umidade baixa facilitam a
propagação e até o início dos incêndios, seja por raio ou por faísca de
maquinário, por exemplo”, explica.
O tenente
pede à população da região que evite provocar qualquer tipo de fogo e alerta
aos fazendeiros da região que, ao se depararem com um foco de incêndio, não
façam uso do contrafogo preventivo que, saindo do controle, pode amplificar o
problema.
Fonte: O
Popular
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