Três funcionários de fazenda são mortos a tiros durante ação da PM em Cristalina-GO; patrões creem que eles foram baleados por 'engano'
Três
funcionários de uma fazenda foram mortos a tiros durante uma ação da Polícia
Militar em Cristalina, no Entorno do Distrito Federal. A corporação afirma que
foi ao local averiguar uma denúncia de roubo de cabeças de gado, foi recebida a
tiros e revidou. No entanto, os donos da propriedade alegam que os empregados
tinham saído para caçar javalis e acreditam que eles foram assassinados por
engano. A Polícia Civil apura o caso.
A ocorrência
aconteceu na noite de quarta-feira (25). Durante a ação, morreram Francisco da
Silva Chaves, de 41 anos, Nelson da Silva Cardoso, de 38, e Aleff Nunes Souto,
de 22.
Em nota, a
assessoria da PM informou que, ao checar uma situação de roubo na região,
"se deparou com indivíduos armados que fizeram disparos em direção aos
policiais, vindo a atingir a viatura, e que, neste momento, desembarcaram e
fizeram o revide". Destacou também que o caso foi apresentado e será
apurado pelas autoridades competentes (leia a íntegra ao final do texto).
‘Lugar
errado, hora errada’
Uma das
proprietárias da fazenda, que preferiu não se identificar, afirmou que os
funcionários nunca tiveram qualquer problema, eram pais de família e
profissionais dedicados - Francisco trabalhava no local havia 11 anos.
Ela contou
que os empregados tinham saído em motos para caçar javalis na região e levaram
armas específicas para a atividade. A mulher não acredita que eles tenham
atirado contra os policiais.
"Eles
não eram bandidos. Eles estavam levando o porco [abatido] junto com eles nas
motos. Não estou afirmando nada, mas acredito que eles estavam no lugar errado,
na hora errada", afirmou.
"A
gente acredita que teve um despreparo e um excesso cometido por algum engano.
Nessa possibilidade [que eles atiraram contra os policiais], eu não posso
acreditar, porque são pessoas extremamente pacíficas. Foi lastimável o que
aconteceu", complementa.
Na fazenda é
feito o cultivo de grãos. A proprietária das terras afirma que não foi ela quem
denunciou o roubo de gado à polícia e que o chamado deve ter sido feito por
algum vizinho.
"Nós
não temos nada contra a patrulha. Nós precisamos dela lá. Eles receberam uma
denúncia de que haviam matado e roubado vacas na região. Mas, com certeza
absoluta, não eram os nossos funcionários que estavam fazendo isso",
desabafa.
Investigação
De acordo
com a assessoria da Polícia Civil, um inquérito já foi instaurado para
investigar o caso. A corporação relatou ainda que os policiais militares foram
até a delegacia e prestaram depoimento. A corporação trabalha com a hipótese de
"legítima defesa por parte da PM".
No relato da
ocorrência, feito com base no que foi dito pelos militares, consta que uma
pessoa acionou a polícia alegando sobre o furto de gado e que tinha visto
"pessoas armadas na propriedade".
O boletim
diz que os baleados chegaram a ser levados para uma unidade de saúde, mas não
resistiram. Foram solicitados exames periciais do local do fato e das armas dos
policiais e dos envolvidos.
Nota da
PM:
A Polícia
Militar de Goiás informa que, foi realizado registro de ocorrência na noite do
dia 25/11/2020, aonde uma equipe fora empenhada para averiguar situação de
roubo em propriedade rural na cidade de Cristalina. Ao chegar próximo do local,
a equipe deparou com indivíduos armados que fizeram disparos em direção aos
policiais vindo a atingir a viatura, e que neste momento desembarcaram e
fizeram o revide. Vale ressaltar que o empenho das viaturas na região se deu
exatamente pelos roubos de gado ocorridos nos dias anteriores em que foram
mortos e subtraídos diversos semoventes das propriedades vizinhas. Os
envolvidos na ocorrência apresentaram os fatos a autoridade competente que
ficará a cargo das investigações.
Esta
assessoria informa ainda que o fato será apurado e reitera o compromisso com a
garantia da Segurança Pública da sociedade goiana.
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário