Desembargadora presa recebeu 300 mil para 'traficar influência' para garantir a um produtor rural a posse de terra no Oeste da Bahia
O advogado
Júlio César Cavalcanti Ferreira contou, em delação premiada, que a
desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, presa hoje na Operação Faroeste,
recebeu, em 2016, R$ 300 mil, para garantir a um produtor rural a posse de um
terreno no oeste da Bahia.
O dinheiro,
segundo o advogado, foi pago a seus filhos, Rui Barata e Arthur Barata. Outros
R$ 100 mil foram pagos ao próprio Júlio César, que intermediou o negócio.
Lígia Cunha
deveria “traficar influência” no Tribunal de Justiça da Bahia para que o produtor
Manoel Carlos Barbosa garantisse a propriedade do terreno.
O plano,
porém, não deu certo, porque, segundo Júlio César, na primeira instância, o
juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, também investigado por venda de
sentenças, na véspera do recesso de fim de ano, tirou a posse de Manoel Carlos
para beneficiar Adailton Maturino.
Adailton
Maturino é apontado como um dos líderes do esquema de grilagem de terras no
oeste baiano e, segundo Júlio César, pagou a Sérgio Humberto R$ 10 milhões.
Na decisão
que mandou prender Lígia Cunha, o ministro Og Fernandes, do STJ, relata que,
segundo as investigações do Ministério Público Federal, ela comandava um núcleo
criminoso dentro do TJ-BA, que disputava com o núcleo criminoso de outro
desembargador, Gesivaldo Nascimento Britto, também alvo da Faroeste.
Lígia Cunha
foi nomeada desembargadora em 2015. O patrimônio de um de seus filhos, Rui
Barata, apontado como seu operador, saltou de R$ 718 mil em 2013 para R$ 3,9
milhões em 2018.
Fonte: O Antagonista
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