Ronaldo Caiado celebra aprovação do projeto de socorro a Estados endividados: “Goiás não pode viver de liminares do STF”
Aprovada
pelo Congresso Nacional, matéria possibilita renegociação de dívidas com União,
dá fôlego novo aos governos estaduais e permite avançar na entrega de obras
estruturantes em 2021. “Conseguimos algo inédito”, enfatiza governador ao
agradecer à bancada de deputados federais e aos senadores do Estado. “Goiás foi
endividado de forma criminosa, com taxas altíssimas de juros, muitas vezes em
dólar, sem qualquer seguro em relação à desvalorização do real”, destaca
O governador
Ronaldo Caiado celebrou a aprovação, pelo Senado Federal, do projeto que apoia
unidades da Federação endividadas. “É de importância ímpar. O Estado não pode
viver de liminares do Supremo Tribunal Federal (STF). Temos que ter a
oportunidade de renegociar, ter equilíbrio nas contas, e trabalhar sem essa
guilhotina a cada final de liminar”, afirmou nesta quarta-feira (16/12), em
entrevista à Rádio Sagres 730. O Projeto de Lei Complementar 101/2020 segue
para sanção presidencial.
O projeto,
que estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal e o Plano de
Promoção do Equilíbrio Fiscal, foi apreciado antes, em caráter de urgência,
pela Câmara dos Deputados. “Faço um agradecimento público a toda a bancada
federal e aos senadores de Goiás, especialmente Vanderlan Cardoso, relator da
matéria. Eles pilotaram com muita competência a tramitação deste projeto, e
conseguiram votar, no apagar das luzes, na última sessão do Senado”, reconheceu
Caiado, que lembrou a situação fiscal que herdou de gestões anteriores. “Goiás
foi endividado de forma criminosa, com taxas altíssimas de juros, muitas vezes
em dólar, sem qualquer seguro em relação à desvalorização do real.”
De autoria
do deputado federal Pedro Paulo, o projeto retoma pontos do substitutivo
elaborado por Vanderlan Cardoso para o Plano Mansueto (PLP 149/2019), aprovado
na Câmara em abril de 2020. O antigo texto criava um programa de socorro a
Estados e municípios mais endividados, com intuito de possibilitar operações de
crédito com o aval da União, desde que associadas a medidas de esforço fiscal.
“Conseguimos algo inédito e vamos ter a oportunidade de renegociar as dívidas”,
enfatizou Caiado. Goiás passa a ser um dos contemplados, pois a prorrogação das
dívidas se encerra no dia 31 de dezembro de 2020, conforme decisão do STF.
Entretanto,
foi necessária uma contrapartida, conforme lembrou o governador. “O Estado fez
a lição de casa e, em 2019, se tornou o primeiro ano em que foi reconhecido
pelo Tesouro Nacional como superavitário no seu orçamento”, pontuou. Citou, por
exemplo, que o Goiás foi pioneiro na aprovação da reforma da previdência
estadual na íntegra, também regulamentou a PEC da Previdência, atualizou o
Estatuto do Servidor Público, entre outras medidas de austeridade, como cortes
no custeio da máquina.
“Goiás chegou
a um percentual de 82% só na manutenção da folha e gasto com previdência. De R$
100, eram destinados R$ 82 para pagar a folha de aposentados e pensionistas.
Você tem 17% de custeio da máquina como um todo. Quando recebemos o governo,
essa situação estava colada aos 100% e o Estado fechava o mês deficitário”,
informou o governador.
Também foi
necessário rever a política de concessão de incentivos fiscais. “O alto
percentual provoca desequilíbrio na capacidade do governo de retribuir à
população com seus serviços obrigatórios.” O único entrave para o processo foi
a não privatização da Saneago, mas que a nova lei permite a chamada venda
parcial. “Após a Enel, houve uma rejeição muito grande da população a novas
privatizações. O Estado segue no controle 51% da empresa, podendo fazer a venda
de 49%”, explicou.
Caiado
frisou que a população enxerga que agora o dinheiro público, antes gasto sem
nenhum controle, hoje é devidamente aplicado para ampliar as ações de saúde,
educação, segurança pública, rodovias, infraestrutura, programas sociais. “A
população começa a ver que as medidas enérgicas, de corte, foram necessárias
diante da total destruição da máquina do Estado no decorrer desses últimos
anos.”
A aprovação
da matéria, na avaliação de Caiado, dá fôlego novo a todo um projeto
administrativo e permitirá avançar na entrega de obras estruturantes em 2021. O
governador destacou que, a partir da sanção da matéria, a negociação das
dívidas do Estado ficará a cargo das áreas da economia, previdência e administração
junto ao governo federal. “Vamos ter as parcelas reconhecidas, com um
alongamento e diminuição do custo da dívida, para sair desse quadro tão
deprimente a que Goiás foi levado.”
Com estas
novas perspectivas, a principal meta para 2021, projetou, é avançar no
cronograma de obras estruturantes para o Estado. São cerca de 400 projetos
inacabados, parados por mais de 20 anos. “Vamos botar a casa em ordem nos
próximos dois anos e fazer com que haja um só Goiás, não um Estado dividido
entre uma parte rica e uma parte pobre”, concluiu Caiado.
Secretaria
de Comunicação - Governo de Goiás
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