A pesquisa
“Momento da verdade para o hotspot Cerrado” traz um mapa que projeta o aumento
da produtividade aliada à preservação. Em território goiano, a maior mancha de
área de restauração aparece na região da Chapada dos Veadeiros, no Nordeste do
Estado.
Também há
pontos menores no Norte e Oeste goianos e no Entorno do Distrito Federal.
“São áreas
que concentram quantidade importante de biodiversidade, levando em consideração
a distribuição das espécies”, diz Bernardo Strassburg, diretor executivo do
Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e coordenador do estudo.
Entre os especialistas
que participaram da pesquisa está o diretor do Laboratório de Biogeografia da
Conservação da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador científico do
Centro Nacional de Conservação da Flora (CNC-Flora), Rafael Loyola.
Para o
especialista, a mensagem mais importante está na possibilidade de melhora do
cenário. “A gente não precisa reinventar a roda. Tudo que precisa ser feito já
existe. É um mix de políticas públicas que precisam ser bem articuladas.”
Além da
necessidade de articulação das políticas públicas, Loyola afirma que a
iniciativa privada tem uma função reguladora. Ele destaca a moratória da soja,
acordo pelo qual o mercado não compra o grão de agricultores que tenham
produzido a partir de um desmatamento ilegal. Também diz que a sociedade tem o
papel de cobrar esse tipo de ação.
Em Goiás,
onde a maior parte do bioma já está desmatado, Loyola diz que o novo Código
Florestal prevê a obrigatoriedade de restauração para os produtores que
desmataram mais do que devia.
“Se as Áreas
de Preservação Permanente (APPs) forem mantidas e fiscalizadas, as reservas
legais desmatadas além do permitido forem recuperadas e o desmatamento
irregular evitado, terá um impacto gigante. Não é preciso criar novas leis. É
preciso implementar e cobrar o que já existe.” Os pesquisadores destacam que o
Cerrado já perdeu 88 milhões de hectares, o equivalente a 46% da cobertura
nativa. Se o desmatamento não for freado, até 2050 perderá até 34% do restante.
O problema
está na baixa proteção (menos de 10% do bioma é protegido por unidades de
conservação) aliada ao avanço do agronegócio.
A destruição
acelerada da cobertura vegetal gera diversos problemas ambientais, como a perda
de habitat de animais. Uma consequência que já pode ser sentida é crise hídrica
que a Região Centro-Oeste vive atualmente, com destaque para o DF.
Há ainda a
emissão de gases de efeito estufa, que colabora para o aumento da temperatura
na Terra.
Fonte: O
Popular
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