sábado, 5 de setembro de 2020

Monte Alegre de Goiás: PM suspeito de agredir e atirar em professor kalunga tem prisão preventiva decretada pela Justiça



O aspirante a oficial da Polícia Militar, de 29 anos, suspeito de agredir e atirar contra um professor de comunidade Kalunga, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás na quinta-feira (3). O caso aconteceu em Monte Alegre de Goiás, na região nordeste do estado, onde o professor, de 25 anos, leciona para uma comunidade quilombola.

A reportagem não localizou a defesa do policial militar para se manifestar sobre a decisão judicial.

O PM foi autuado por constrangimento ilegal, majorado pelo uso de arma de fogo, fraude processual, coação e ameaça. Já o professor foi autuado por lesão corporal grave pelo excesso doloso de sua legítima defesa. As circunstâncias da discussão ainda não foram reveladas pela polícia.

A Polícia Militar informou, em nota, na quinta, que as circunstâncias dos fatos serão apuradas pela delegacia de Campos Belos, como também pela corregedoria da PM.

A decisão de manter o aspirante preso preventivamente é do juiz Marcelo Alexander Carvalho Batista. O magistrado analisou imagens de câmeras de segurança e entendeu que a manutenção da prisão garante a ordem pública.

"Entende-se justificável a prisão preventiva para a garantia da ordem pública quando existirem demonstrativos de que, uma vez estando em liberdade, o agente poderá reiterar na prática de delitos, ou quando houver uma maior gravidade concreta do delito", escreveu o magistrado na decisão.

Agressão

O juiz relata no documento que o aspirante estava "fora do seu expediente de serviço, de forma consciente e sem aparente justa motivação, agrediu fisicamente a vítima adolescente com golpes de arma de fogo, chutes e puxões de cabelo".

O magistrado narra que o professor chegou depois, parou o carro porque o veículo do policial obstruía a rua e "foi abordado pelo autuado, oportunidade que foi puxado pelo pescoço de dentro do carro".

Em relação ao professor, o juiz descreve na sentença que "na tentativa de se defender, a vítima se apossou de uma garrafa e partiu para cima do autuado, sendo atingido por dois disparos de arma de fogo, fatos demonstrados no vídeo de estabelecimento comercial".

Perseguição até hospital

O relatório da Polícia Civil também registrou que o aspirante da PM perseguiu o professor até o Hospital Municipal de Monte Alegre, onde ele recebia atendimento médico.

Uma enfermeira do hospital relatou à corporação que o policial entrou no local "transtornado, ameaçando matar o professor".

Após ser atendido no hospital da cidade, o professor foi transferido para Goiânia, onde se prepara para uma cirurgia que vai retirar o projétil alojado no braço, conforme informou a defesa dele.

Fonte: G1

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