Monte Alegre de Goiás: PM suspeito de agredir e atirar em professor kalunga tem prisão preventiva decretada pela Justiça
O aspirante
a oficial da Polícia Militar, de 29 anos, suspeito de agredir e atirar contra
um professor de comunidade Kalunga, teve a prisão preventiva decretada pela
Justiça de Goiás na quinta-feira (3). O caso aconteceu em Monte Alegre de
Goiás, na região nordeste do estado, onde o professor, de 25 anos, leciona para
uma comunidade quilombola.
A reportagem
não localizou a defesa do policial militar para se manifestar sobre a decisão
judicial.
O PM foi
autuado por constrangimento ilegal, majorado pelo uso de arma de fogo, fraude
processual, coação e ameaça. Já o professor foi autuado por lesão corporal
grave pelo excesso doloso de sua legítima defesa. As circunstâncias da
discussão ainda não foram reveladas pela polícia.
A Polícia
Militar informou, em nota, na quinta, que as circunstâncias dos fatos serão
apuradas pela delegacia de Campos Belos, como também pela corregedoria da PM.
A decisão de
manter o aspirante preso preventivamente é do juiz Marcelo Alexander Carvalho
Batista. O magistrado analisou imagens de câmeras de segurança e entendeu que a
manutenção da prisão garante a ordem pública.
"Entende-se
justificável a prisão preventiva para a garantia da ordem pública quando
existirem demonstrativos de que, uma vez estando em liberdade, o agente poderá
reiterar na prática de delitos, ou quando houver uma maior gravidade concreta
do delito", escreveu o magistrado na decisão.
Agressão
O juiz
relata no documento que o aspirante estava "fora do seu expediente de
serviço, de forma consciente e sem aparente justa motivação, agrediu
fisicamente a vítima adolescente com golpes de arma de fogo, chutes e puxões de
cabelo".
O magistrado
narra que o professor chegou depois, parou o carro porque o veículo do policial
obstruía a rua e "foi abordado pelo autuado, oportunidade que foi puxado
pelo pescoço de dentro do carro".
Em relação
ao professor, o juiz descreve na sentença que "na tentativa de se
defender, a vítima se apossou de uma garrafa e partiu para cima do autuado,
sendo atingido por dois disparos de arma de fogo, fatos demonstrados no vídeo
de estabelecimento comercial".
Perseguição
até hospital
O relatório
da Polícia Civil também registrou que o aspirante da PM perseguiu o professor
até o Hospital Municipal de Monte Alegre, onde ele recebia atendimento médico.
Uma
enfermeira do hospital relatou à corporação que o policial entrou no local
"transtornado, ameaçando matar o professor".
Após ser
atendido no hospital da cidade, o professor foi transferido para Goiânia, onde
se prepara para uma cirurgia que vai retirar o projétil alojado no braço,
conforme informou a defesa dele.
Fonte: G1
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