Operação Candombá: Semad multa em quase R$ 2 milhões loteamentos irregulares na região da Chapada dos Veadeiros
Em uma
semana, uma operação conjunta da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad) e Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio
Ambiente (Dema), da Polícia Civil, resultou na aplicação de multas que somam R$
1.948.000,00 na região da Chapada dos Veadeiros. Entre os crimes ambientais
vistoriados pelas equipes o foco são os loteamentos irregulares na APA de Pouso
Alto, no município de Alto Paraíso de Goiás.
As ações no
local, que tiveram início na última terça-feira (24/8), seguem até a próxima
sexta-feira (4/9). A operação, batizada ‘Candombá’, leva o nome de uma
vegetação típica do Cerrado, também conhecida como Planta do Fogo, com forte
ocorrência na região, tem como foco a fiscalização contra a especulação
imobiliária na Unidade de Conservação (UC) estadual.
Os fiscais
observam, entre outros fatores, a abertura de parcelamentos irregulares do solo
para fim urbano dentro de áreas destinadas apenas para uso rural; loteamento de
solo abaixo da fração permitida para áreas rurais; supressão de vegetação
nativa do cerrado para abertura de arruamentos e lotes, captação de água sem
outorga, dentre outros usos ilegais que já foram apurados como uso de fogo em
vegetação nativa e pastagens. Junto a isso, também estão sendo checados alvos
recentes de desmatamento levantados via imagens de satélite.
De acordo
com a secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, esse tipo de ação irregular
em uma das áreas mais preservadas do Cerrado goiano gera um “impacto ambiental
muito expressivo, seja pela própria ampliação desordenada da área urbana, seja
por suas consequências diretas, como impermeabilização de solo e redução da
disponibilidade hídrica, afetando, assim, os corredores ecológicos que existem
de fauna e flora no local”, explica.
De acordo
com o superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável,
Robson Dizarz, além das autuações e aplicação de multas, as equipes realizam o
embargo das terras para que as irregularidades encontradas sejam cessadas
imediatamente. Ainda, são apreendidos equipamentos utilizados no desmatamento
irregular, a exemplo de tratores e motosserras.
Ele conta
que até o final da Operação Candombá todos os 31 alvos identificados serão
abordados. “O trabalho vai além da fiscalização, uma vez que temos de descobrir
quais foram as pessoas que fracionaram o terreno e conseguir documentos
comprobatórios do crime ambiental, por exemplo”, conta o superintendente.
Apoio da
população
Robson
Dizarz, que acompanha as equipes em campo, confidencia ainda que, o trabalho
dos fiscais e agentes da Dema conta com apoio da população da região que deseja
manter a preservação do local. “Recebemos informações a todo momento,
inclusive, de outros pontos que não estavam entre os 31 alvos desta operação”,
esclarece.
Na semana
passada as equipes identificaram loteamentos que estão sendo vendidos por uma
imobiliária de Alto Paraíso de Goiás com terreno abaixo da parcela mínima
permitida para áreas rurais. “Pessoas estão comprando lotes que estão sendo
vendidos no valor de R$ 300 mil, muito menores que a fração permitida, que são
quatro hectares”, aponta a secretária Andréa Vulcanis, que acompanhou
pessoalmente parte do trabalho dos fiscais da Semad e da Polícia Civil em campo
na semana passada.
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