Semad alerta sobre atuação de falsos fiscais e pagamento irregular de supostas multas por crimes ambientais
Em Goiás,
fiscalização ambiental é realizada administrativamente pela Semad, pelos órgãos
ambientais municipais e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Todo pagamento deve ser feito via
documento de arrecadação, após abertura de processo, e jamais diretamente aos
fiscais
A Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) alerta a população em
relação a atuação de pessoas que estão se passando por fiscais e, em alguns
casos, até cobrando valores em dinheiro como pagamento de multas aplicadas
durante suposta ação fiscalizatória. Pessoas ligadas à uma Organização Não
Governamental (ONG) foram denunciadas e presas recentemente.
De acordo
com o Direito Ambiental brasileiro, “o poder de polícia ambiental é a atividade
da administração pública, que limita ou disciplina direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato em razão de interesse
público concernente à saúde da população, à conservação dos ecossistemas, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício das atividades econômicas ou
de outras atividades dependentes de concessão, autorização/permissão ou licença
do Poder Público de cujas atividades possam decorrer poluição ou agressão à
natureza”.
De acordo
com a secretária Andréa Vulcanis, em Goiás, a fiscalização ambiental é
executada administrativamente pela Semad, pelos órgãos ambientais municipais e
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Cada um em sua respectiva esfera de competência, de acordo com a norma
descrita na Lei de Crimes Ambientais.
Já na esfera
criminal, a responsabilização pelos danos ambientais o poder de polícia é
exercido pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar, e pela Delegacia Estadual
de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil. Caso
alguém presencie alguém de qualquer outra instituição ou órgão assumindo essa
responsabilidade, a orientação da Semad é que seja feita uma denúncia.
Identificação
Segundo o
superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da Semad,
Robson Dizarz, todos os fiscais da pasta atuam devidamente uniformizados.
Ainda, possuem a carteira de identificação funcional da secretaria, documento
que geralmente é apresentado pelos agentes durante a abordagem.
Ele alerta
ainda que o procedimento fiscalizatório, diante de alguma irregularidade, é
sempre convertido em um processo administrativo. “Se o cidadão receber uma
notificação, auto de infração, embargo ou qualquer outra providência, isso é
refletido em processo, com direito a ampla defesa”, esclarece.
E completa:
“Jamais, em hipótese alguma, os fiscais da Semad solicitam dinheiro como
pagamento a eventual dano ambiental. Tudo é tratado no âmbito do processo
administrativo e, qualquer pagamento de auto de infração é feito a partir do
documento de arrecadação estadual – boleto –, evitando, assim, que instituições
que não possuem competência, esteja coagindo ou tirando proveito da sociedade
goiana”.
Caso de
Inhumas
Na última
quarta-feira (23/09) duas pessoas ligadas à ONG Guardiões do Verde foram
denunciadas e presas no município de Inhumas, na região metropolitana da
Capital. Eles são suspeitos de aplicar golpes em empresários, se passando por
fiscais ambientais. A dupla foi denunciada por uma das vítimas.
De acordo
com o delegado responsável pelo caso, Miguel Mota, os acusados abordavam
empresários do ramo de construções civis do município. Ele conta que, ao se
apresentarem como fiscais do Ibama, faziam imagens do local e identificavam
supostas irregularidades nas obras.
Ao apontar
as irregularidades, os membros da ONG diziam ao dono do empreendimento que
seria necessária a realização de pagamento em espécie, o que dificultava o
rastreamento dos suspeitos. O denunciante afirma que a dupla chegou a cobrar R$
4 mil para tornar a obra regular.
Fonte: Semad
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