O governador
Ronaldo Caiado (DEM) e prefeitos goianos querem proibir a venda de bebidas
alcoólicas após as 22h em bares, restaurantes e comércios em geral por meio da
lei seca para conter a transmissão do coronavírus no estado. Foram ouvidos
prefeitos de cidades que têm leitos de UTIs públicas, para apresentar propostas
e avaliar a possibilidade de transferência de pacientes graves entre
municípios.
A nova
medida será implementada pelo governo após os prefeitos responderem a uma
enquete se são favoráveis ou não à nova medida. Assim que a votação alcançar
votos positivos da metade e mais um prefeito, o governo tomará a decisão por
meio de decreto. Até às 15h50 desta segunda, o governador informou que 50
prefeitos já votaram e 97% deles são favoráveis.
A principal
preocupação apresentada por prefeitos é a taxa de ocupação dos leitos de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais municipais e estaduais. Os
prefeitos de Itumbiara, Porangatu, Jataí, Luziânia e Formosa informaram que
todos os leitos estão ocupados.
Anápolis,
Rio Verde, Aparecida de Goiânia e Goiânia têm vagas de UTI para receber
pacientes graves de Covid-19 dos municípios com superlotação, que, segundo o
governador, pode ser estudada uma forma de transferência dessas pessoas para as
vagas disponíveis.
O prefeito
de Luziânia, Diego Sorgatto, aproveitou o momento para solicitar instalação de
novos leitos na cidade pela Secretaria Estadual de Saúde.
Para o
governador Ronaldo Caiado, a crescente taxa de ocupação na rede hospitalar
pública pode se agravar sem a adoção de medidas restritivas.
"Minha
visão médica é que podemos, amanhã, estar numa situação crítica", pontuou
o governador.
O presidente
da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, que
representa os setores de bares e restaurantes, apoiou a medida, mas de forma
momentânea.
"Podemos
aumentar os leitos e ofertas de tratamento de Covid-19 e que possamos, na
medida que a pandemia for diminuindo a intensidade, reduzir a lei seca para que
os comércios voltem ao normal", avaliou Baiocchi.
Crescimento
de casos positivos
A
superintendente em Vigilância de Saúde do governo, Flúvia Amorim, apresentou um
estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) que mostra que a segunda onda da
Covid-19 chegou ao estado.
Para Amorim,
o temor é que este momento seja pior que o primeiro, como tem sido vista em
outros estados, apontando o exemplo do Amazonas, que entrou num colapso da rede
pública de saúde.
O estudo
separou 10 cidades goianas que apresentam grau elevado de transmissibilidade da
doença. Flúvia Amorim explica que os municípios que tem taxa média de contágio
acima de 1 ponto, está com a transmissão do vírus em estágio
"acelerado". Então, cada caso positivo gera mais um. Veja abaixo:
Goiânia:
1.01
Aparecida de
Goiânia: 1.52
Rio Verde:
1.75
Águas Lindas
de Goiás: 1.54
Luziânia:
1.74
Valparaíso
de Goiás: 1.76
Trindade:
1.83
Formosa:
1.27
Novo Gama:
1.75
Senador
Canedo: 1.61
"Bar é
o local de mais risco, porque as pessoas se aglomeram e retiram a máscara.
Quando tem bebida alcoólica, a pessoa fica mais tempo no local. Essa seria
medida a restritiva [lei seca] para evitar aglomerações", avaliou Amorim.
Fonte: G1
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