Contra avanço da Covid-19, Governo de Goiás publica decreto que restringe comércio de bebidas alcoólicas entre 22h e 6h
Proibição
vale para todo território goiano e abrange locais de uso público ou coletivo.
Decisão conjunta com prefeitos aconteceu por meio de enquete em que 95,7% dos
votantes se posicionaram a favor da iniciativa. “Não cabe a um governador,
principalmente eu, que sou médico, ficar esperando as coisas acontecerem. Tenho
que tomar providências”, afirma Caiado
O governador
Ronaldo Caiado assinou, nesta terça-feira (26/01), o decreto nº 9.803, que
restringe o comércio e o consumo de bebidas alcoólicas em locais de uso público
ou coletivo, entre 22h e 6h em todo território goiano. O documento com as novas
regras foi publicado em edição suplementar do Diário Oficial do Estado.
A divulgação
ocorre após videoconferência na segunda-feira (25/01) e decisão conjunta com
prefeitos por meio de enquete em que 95,7% dos 141 votantes se posicionaram a
favor da implantação da medida. Votaram todos os participantes da reunião
virtual. Entre os que se posicionaram favoráveis à edição do decreto estão os
dois maiores municípios do Estado: Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Conforme o
decreto, a fiscalização do cumprimento da norma será adotada pelas autoridades
fiscais municipais competentes com o apoio das forças policiais estaduais. Quem
descumprir as regras está sujeito às penalidades previstas no artigo 161 da Lei
nº 16.140, de 02 de outubro de 2007, e demais normas de regência, em especial
multa, interdição do estabelecimento e cancelamento do alvará sanitário.
Ao explicar
a medida, o governador pontua que bares e restaurantes, bem como locais de
festas e boates, foram identificados pela Secretaria de Estado da Saúde e
órgãos de controle sanitário como os espaços de maior disseminação da Covid-19.
“E, se temos um vírus que se comporta com agressividade, é lógico que temos que
estancar esse volume de contaminados”, esclarece Caiado.
O governador
defende ainda que a iniciativa é para antecipar um processo que pode causar uma
situação delicada no país como um todo. “Essa segunda cepa tem uma
característica que nos preocupa enormemente: a transmissibilidade. Na primeira,
a contaminação foi mais lenta. Agora, é muito maior”, explicou. “Isso demanda
uma sobrecarga nos hospitais, de oxigênio, medicamentos e tudo mais. Não cabe a
um governador, principalmente eu, que sou médico, ficar esperando as coisas
acontecerem. Tenho que tomar providências”, pontuou.
O secretário
de Estado da Casa Civil, Alan Tavares, informou que a competência para regular
o funcionamento do comércio em geral é dos municípios. “Desse modo, as
autoridades fiscalizatórias locais terão apoio das forças policiais estaduais
para adotar as medidas necessárias. Penalização, multa, cassação de alvará,
interdição e outras medidas do tipo ficarão a cargo dos municípios”, reforçou.
Encontro
com prefeitos
A proposta de
estabelecer restrições ao comércio e consumo de bebidas alcoólicas foi
discutida em videoconferência entre o governador Ronaldo Caiado, a equipe de
saúde e vigilância sanitária, prefeitos, presidentes de tribunais, entidades
empresariais e representantes da sociedade civil organizada, na segunda-feira
(25/01).
O
crescimento exponencial da contaminação preocupa as autoridades,
principalmente, com relação à ocupação de leitos hospitalares. “Até 31 de
dezembro de 2020 estávamos com ocupação de leitos de UTI [Unidade de Terapia
Intensiva] de 48%. A partir de 1º de janeiro de 2021 subimos em torno de 1% por
dia, de forma sustentada. Isso faz com que estejamos hoje na casa dos 75% de
ocupação de UTI e 50% de enfermaria”, alertou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino.
Apesar do
alto investimento do Governo de Goiás no combate à pandemia, com novos leitos
em todo o Estado, o secretário lembrou que não há profissionais de saúde
suficientes para atender uma demanda ainda maior. “A rede expandiu muito em relação à primeira
onda. Existe capacidade no Hospital das Clínicas (HC-UFG), mas isso é limitado
do ponto de vista de estrutura física, de equipamentos e de pessoal”, reiterou
Ismael Alexandrino.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás
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