quinta-feira, 9 de julho de 2015

Chapada dos Veadeiros: Patrimônio natural ameaçado



Situada no Nordeste goiano, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto é hoje um tesouro disputado por diversos grupos.

Dentro dela está o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), reconhecido como sítio do Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) por conta da biodiversidade e beleza cênica.

 A região é também a última fronteira agrícola do Estado, cobiçada pelas riquezas minerais e potencial energético. Com o avanço da agropecuária e aumento da disputa entre setor produtivo tradicional e ambientalistas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) determinou a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A medida também tem o objetivo de impedir que a área tombada entre na lista dos patrimônios ameaçados e perca o título internacional.

Quando a Unesco concedeu o título, em 2001, uma das medidas adotadas pelo governo federal foi ampliar a unidade de conservação (UC) para 235 mil hectares. Dois anos depois o decreto de ampliação foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o parque foi reduzido a 65 mil hectares.

“Se Veadeiros não for ampliado, ele poderá perder o título da Unesco. É um título internacional que pouquíssimas áreas no mundo possuem e seria muito ruim para a imagem do Brasil. Mas independente de ser patrimônio mundial ou não, é importante que o Cerrado seja preservado”, diz a chefe do parque, Carla Guaitanele.

A gestora diz que o parque, criado na década de 1960 com 625 mil hectares, hoje tem apenas 10% da área original.

Questionada sobre a situação de Veadeiros, a Unesco respondeu, por meio do coordenador de Ciências Naturais da Unesco, Ary Mergulhão Filho, que “qualquer sítio inscrito na lista como Patrimônio Mundial Natural pode ter a sua inscrição reavaliada conforme seu estado atual de preservação, cuidado e possíveis ameaças a sua integridade”.

 Mas a decisão só é tomada depois de esgotados os esforços de assistência e cooperação para recuperar o estágio de preservação.

Estica e encolhe

Desde a criação, em 1961, o PNCV tem um histórico de reduções e ampliações, que ganha um nove capítulo a partir do mês de agosto, quando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Autarquia do MMA responsável pelas UCs realizará audiências públicas para discutir com a comunidade local uma nova ampliação (veja quadro). O ICMBio espera concluir na próxima semana a proposta para os novos limites da unidade.

“Fizemos um estudo e estamos fechando o mapa para apresentar na consulta pública. As propostas são baseadas no sítio do patrimônio natural, mas não se restringem ao sítio”, disse o coordenador de criação de unidades de conservação do ICMBio, Aldízio Lima.

Fonte: O Popular

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