Situada no
Nordeste goiano, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto é hoje um
tesouro disputado por diversos grupos.
Dentro dela
está o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), reconhecido como sítio
do Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura (Unesco) por conta da biodiversidade e beleza
cênica.
A região é também a última fronteira agrícola
do Estado, cobiçada pelas riquezas minerais e potencial energético. Com o
avanço da agropecuária e aumento da disputa entre setor produtivo tradicional e
ambientalistas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) determinou a ampliação do
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A medida também tem o objetivo de
impedir que a área tombada entre na lista dos patrimônios ameaçados e perca o
título internacional.
Quando a
Unesco concedeu o título, em 2001, uma das medidas adotadas pelo governo
federal foi ampliar a unidade de conservação (UC) para 235 mil hectares. Dois
anos depois o decreto de ampliação foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) e o parque foi reduzido a 65 mil hectares.
“Se
Veadeiros não for ampliado, ele poderá perder o título da Unesco. É um título
internacional que pouquíssimas áreas no mundo possuem e seria muito ruim para a
imagem do Brasil. Mas independente de ser patrimônio mundial ou não, é
importante que o Cerrado seja preservado”, diz a chefe do parque, Carla
Guaitanele.
A gestora
diz que o parque, criado na década de 1960 com 625 mil hectares, hoje tem
apenas 10% da área original.
Questionada
sobre a situação de Veadeiros, a Unesco respondeu, por meio do coordenador de
Ciências Naturais da Unesco, Ary Mergulhão Filho, que “qualquer sítio inscrito
na lista como Patrimônio Mundial Natural pode ter a sua inscrição reavaliada
conforme seu estado atual de preservação, cuidado e possíveis ameaças a sua
integridade”.
Mas a decisão só é tomada depois de esgotados
os esforços de assistência e cooperação para recuperar o estágio de
preservação.
Estica e
encolhe
Desde a
criação, em 1961, o PNCV tem um histórico de reduções e ampliações, que ganha
um nove capítulo a partir do mês de agosto, quando o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Autarquia do MMA responsável pelas UCs
realizará audiências públicas para discutir com a comunidade local uma nova
ampliação (veja quadro). O ICMBio espera concluir na próxima semana a proposta
para os novos limites da unidade.
“Fizemos um
estudo e estamos fechando o mapa para apresentar na consulta pública. As
propostas são baseadas no sítio do patrimônio natural, mas não se restringem ao
sítio”, disse o coordenador de criação de unidades de conservação do ICMBio,
Aldízio Lima.
Fonte: O
Popular
Comentários
Postar um comentário