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Imagem Ilustrativa |
José Marques
Dias de Almeida, 40 anos, que respondia pelo nome social de Shayene, foi
vítima, na noite desta terça-feira (5), de tiros, no setor Vila Baiana, em
Campos Belos, nordeste de Goiás.
De acordo
com a Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 22h40, na rua José Roque
Cezário Souza, próximo ao Hotel Vitória.
Testemunhas
entraram em contato a emergência da PM e contaram que Shayene estava caída no
chão, com sangramento na cabeça e inconsciente.
O Samu foi
acionado, fez o atendimento emergencial e encaminhou a vítima ao Hospital
Municipal de Campos Belos.
Mas devido
aos gravíssimos ferimentos na cabeça, ele não resistiu e morreu logo em
seguida.
Logo depois
do crime, guarnições da Polícia Militar iniciaram buscas, em vários bairros,
com o intuito de localizar e prender o assassino, mas devido o autor dos
disparos ser desconhecido, as diligências em nada resultaram e nenhum suspeito
foi identificado.
Uma
autoridade policial praticamente descartou a possibilidade de a motivação ser
um crime de gênero, por homofobia.
Para ele, o
crime tem características de execução e provavelmente por estar intimamente
ligado a acerto de contas junto ao tráfico e uso de entorpecente.
Shayene era
filha de “Mestre Zé´” e de dona Ana Dias e morava no Centro da cidade. Mestre
Zé, já falecido, foi um dos maiores impulsionadores de obras públicas no
município, principalmente na década de 70 e 80.
Também,
junto com a família, era comerciante e muitíssimo conhecido e querido em Campos
Belos.
Dos diversos
filhos do casal, Shayene, tenho como a mais corajosa.
Há mais de
20 anos, logo na adolescência, assumiu a sua homossexualidade e fez a opção de
gênero ainda num país extremamente discriminador e numa cidade ainda pequena e
não habituada com posições pessoais francas.
Alegre,
inteligente e corajoso, Shayene tinha as respostas na ponta da língua,
principalmente para que tivesse o intuito de feri-lo de qualquer forma. Mas na
noite de ontem não foi capaz de barrar a covardia de seus algozes.
É bem
possível que a morte de Shayene tenha mais a ver com “o mundo das drogas” do
que com suas escolhas de gênero.
Mas é fato
que Campos Belos perdeu uma pessoa que foi o senhor do seu tempo e o encarou de
peito aberto e com muita franqueza a vida.
Resta agora
aos investigadores da Polícia (civil e militar) dar uma resposta rápida à
sociedade de Campos Belos e prender imediatamente o assassino de Shayene.
Como informa
a autoridade policial, é muito provável que este crime hediondo e asqueroso
seja mais um da série de crimes ligados ao tráfico e ao vício de entorpecente,
notadamente o crack, na comunidade.
Conta-se, em
menos de um ano, cerca de dez assassinatos a tiros.
A sociedade
de Campos Belos tem que reagir.
Há muita
passividade diante de tantos homicídios. Quantas famílias ainda irão chorar
seus entes queridos?
Fonte:
Dinomar Miranda
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