Em Alvorada do Norte/GO: Homem vítima de crime passional volta a receber aposentadoria por invalidez
Vítima de
tentativa de homicídio, Hércules Fernandes de Amorim levou três tiros, sendo um
na coluna vertebral, quando tinha apenas 22 anos. O crime fora cometido em
1998, por uma ex-namorada, inconformada com o fim do relacionamento. Como
sequela permanente, perdeu os movimentos das pernas.
Na semana
passada durante o Programa Acelerar Previdenciário, realizado em Alvorada do
Norte, ele conseguiu uma liminar para voltar a receber aposentadoria por
invalidez.
De 2005 a
dezembro de 2016, Hércules exerceu cargo de vereador em Sítio da Abadia,
município com cerca de 2 mil habitantes, pertencente ao distrito judiciário
local, a cerca de 100 quilômetros do fórum.
Por causa do
cargo eletivo, o benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)
foi suspenso. Contudo, desde que deixou de ocupar a cadeira na Câmara, não
conseguiu retomar o recebimento dos valores mensais, precisando ajuizar ação
para pleitear o direito.
Durante
audiência, o juiz substituto Fernando Marney de Oliveira Carvalho ponderou que,
além da “incapacidade total do autor para o trabalho – demonstrada por laudo
pericial – o perigo da demora restou comprovado, uma vez que a renda familiar
de Hércules gira em torno do auxílio-doença”. Dessa forma, foi deferida a
antecipação de tutela, que compreende o restabelecimento dos pagamentos no
prazo de 30 dias.
Hércules,
acompanhado da família, comemorou a tutela concedida. “Eu gasto muito com
remédios. Preciso fazer uma cirurgia na coluna, que custa R$ 16 mil, mas não
tenho plano de saúde. Esse dinheiro faz muita falta”, disse, entre lágrimas.
Acompanhado
da esposa e de duas filhas, o homem relatou com tristeza do fato que o deixou
em cadeira de rodas. “Era muito jovem e fui aposentado por invalidez.
Infelizmente, são comuns crimes passionais, a maioria cometida por homens
contra mulheres, mas o contrário, apesar de incomum, também acontece”.
Sobre o
crime, ele contou que foi surpreendido pela ex-namorada em seu ambiente de
trabalho. “Ela me deu um tiro nas costas, primeiro. Depois, se virou e atirou
contra o meu peito. O terceiro tiro ela mirou na cabeça, mas eu coloquei minha
mão para me proteger”, fala, mostrando a cicatriz. Após reconstruir a vida, ele
endossa: “não é possível se conformar com o que aconteceu, apenas conviver”.
Fonte: TJGO
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