Na manhã
desta quinta-feira, dia 2 de novembro, cerca de 500 pessoas ocuparam duas
fazendas de Correntina, região Oeste da Bahia, que captavam água do rio para
irrigação de lavoura.
Informações
que circulam em grupos do WhatsApp dão conta que os manifestantes colocaram
fogo em tratores, destruíram galpões, pivôs e bombas de captação de água. As
fazendas ocupadas são a Igarashi e Curitiba, que ficam a 129 km da sede do
município, próximas ao Distrito do Rosário.
A polícia
foi acionada para conter os manifestantes, mas não conseguiu. Os policiais
pediram reforços e a confusão foi instalada. Em um dos vídeos divulgados pelos
manifestantes, um policial da Polícia Militar do Cerrado aparece no meio de
vários manifestantes, que gritam palavra de ordem em nome da preservação dos
rios.
No final da
tarde, a polícia conseguiu retirar os manifestantes das fazendas e uma parte
deles seguiram para o centro de Correntina, conduzidos pelas viaturas da PM do
Cerrado. Na entrada da cidade, eles chegaram a interditar a BR-349 por alguns
minutos, mas recuaram e liberaram as pistas. Informações diziam que os
manifestantes seriam conduzidos para delegacia e as pessoas pediam apoio à
população pelos grupos do WhatsApp. Ao final, todos foram liberados.
Nas fazendas
as cenas de destruição foram muitas. Na lista de prejuízos ao grupo Igarashi
estão tratores, caminhão, galpões e todo sistema de irrigação que captava água
do rio foi destruído.
A invasão,
ocupação e destruição foram respostas ao governo do Estado da Bahia que mesmo
após audiências públicas e reclamações não tomou nenhuma providência contra a
exploração dos rios do Cerrado. “Se o Estado não resolve, vamos lá e mostramos
nossa força. Ver os nossos rios serem sugados por essas grandes empresas é que
não vamos deixar sem fazer nada”, disse um dos manifestantes.
Outorgas foram concedidas pelo Estado
Informações
da Secretaria Estadual de Meio Ambiente da Bahia comprovam que as fazendas têm
autorização da Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema)
para tirar água do rio.
O grupo
Igarashi, que controla as duas fazendas, conseguiu a outorga d’água em 2015
para irrigar 2.530 hectares com volume de 180 mil metros cúbicos/dia. No local,
estão instalados 32 pivôs que retiram água diretamente do leito do Rio
Arrojado.
De acordo
com informações que circulam pela região, o Empreendimento encontra-se em fase
de implantação, sendo que o mesmo já se deslocou da Chapada Diamantina, por ter
secado um dos afluentes do Paraguaçu.
Em uma
mensagem de voz que circulam pelas redes sociais, um funcionário das fazendas
avisa assustado. “Correntina tudo tá dentro da fazenda. Tem mais de 500
pessoas, tudo com facão, armado e botaram todo mundo para correr moço, como é
que não corre”, diz um trecho.
Fonte e fotos:
Matutar
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