Uma das
cidades atingidas pela reestruturação do sistema prisional foi São Domingos, no
extremo Nordeste do Estado, na divisa com a Bahia. O município, de 12,5 mil
habitantes, contava com uma cadeia pública com 16 vagas, que foi desativada há
dois meses e os cerca de 20 detentos do local foram transferidos para a unidade
prisional de Posse, 140 km de distância.
A pequena unidade,
que possui seis celas e já foi uma delegacia, está atualmente abandonada.
Dois
policiais da cidade ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar,
contam que sem a cadeia ficou mais difícil prender pessoas em flagrante ou por
mandado de prisão, já que é necessário transportar o suspeito até a cidade
vizinha. No entanto, ambos reconhecem que a criminalidade em São Domingos é
baixa, com predominância de casos de furto em residência e uma média de uma
prisão por semana.
No último
dia 6, a unidade prisional de Posse estava com 67 encarcerados, sendo que
possui 48 vagas, o que representa uma superlotação de 140%.
O prefeito
de São Domingos, Cleiton Gonçalves Martins (PSDB) diz que não tem conhecimento
sobre a questão prisional da cidade e nega que o seu fechamento tenha sido
negativo para o município. “Não precisamos de cadeia, precisamos de escola”,
diz o gestor.
Antes de ser
fechada, o funcionamento da cadeia de São Domingos apresentou crises por conta
da falta de servidores do sistema penitenciário. Em julho de 2017, a Justiça
chegou a determinar a lotação de agentes penitenciários na unidade, que estaria
abandonada, ficando a cargo da Polícia Civil.
Já em junho
deste ano, poucos dias antes da interdição, o diretor e um agente da unidade
foram afastados por decisão judicial por suspeita de terem torturado presos. A
Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) nega que o episódio tenha
relação com a decisão de fechar a cadeia, que teria sido motivada por conta da
baixa demanda.
Fonte: O
Popular
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