sexta-feira, 28 de setembro de 2018

PF apreende R$ 1 milhão em endereços ligados ao ex-governador de Goiás Marconi Perillo



Policiais federais apreenderam R$ 1.020.260,00 na operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (28) em endereços ligados a Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás e candidato ao Senado.

Desse valor, segundo a corporação, R$ 80 mil estavam na casa de Jayme Rincón, ex-presidente da Agência Goiana de Obras (Agetop) e coordenador da campanha do atual governador e candidato à reeleição, José Eliton. O restante, R$ 940.260, na casa do motorista dele, o policial militar Márcio Garcia de Moura.

Em nota, o advogado de Perillo, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse repudiar a operação e afirmou que não há "qualquer fiapo de indício" contra o ex-governador (veja a nota na íntegra ao final desta reportagem).

A defesa de Rincón declarou não haver “qualquer fato novo que justificasse a ordem de prisão hoje expedida” e que “os sigilos telefônicos e bancários dele já foram quebrados ao longo dos últimos 8 anos e nada foi encontrado".

Batizada de Cash Delivery, a operação é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e decorre de acordos de leniência e colaboração premiada de executivos e ex-executivos da Obebrecht.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), “quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, R$2 milhões e, em 2014, R$10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no estado de Goiás”.

Segundo a Polícia Federal, foram registradas 21 entregas de propina só em 2014. Os pagamentos teriam sido feitos pela Odebrecht em favor de Perillo, apontado pela denúncia como chefe do esquema. Já Rincón seria seu braço direito. De acordo com as investigações, a propina era entregue em dinheiro em espécie e transportada em malas e mochilas.

Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão. A ação ocorreu em cinco cidades – Goiânia (GO), Pirenópolis (GO), Aruanã (GO), Campinas (SP) e São Paulo (SP).

Os outros alvos da operação foram identificados como

Jayme Rincón, ex-presidente da Agetop e coordenador de campanha de José Eliton;
Rodrigo Godoi Rincón, filho do coordenador de campanha;
Márcio Garcia de Moura, policial militar e motorista;
Pablo Rogério de Oliveira, advogado;
Carlos Alberto Pacheco Júnior, empresário.

Segundo a PF, eles poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Um documento obtido pela TV Anhanguera diz que a Justiça não emitiu pedido de prisão contra Perillo porque a lei eleitoral proíbe prisão de candidatos no prazo de 15 dias antes do pleito, exceto em casos de flagrante. Esse prazo começou a contar no dia 22 de setembro.

O governador José Eliton passou a manhã reunido com a cúpula do PSDB, em seu gabinete, no Palácio das Esmeraldas. A reunião ocorreu a portas fechadas, e ele não deu declarações à imprensa.

Por meio de nota, a coligação "Goiás Avança Mais", vinculada à campanha de José Eliton à reeleição, disse que os fatos apurados na investigação "não têm relação com o atual momento eleitoral". "Sobre a operação deflagrada hoje convém salientarmos que os fatos em apuração não possuem qualquer vinculação com a nossa campanha."

Fonte: G1

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