Santino Ferreira de Santana |
Santino Ferreira
de Santana, de 51 anos, mora no assentamento Gibão, em Flores de Goiás e
percorreu mais de 40 quilômetros de estrada de chão para comparecer à audiência
no fórum, num percurso que dura 1h30.
Ele morou
durante quatro anos em casa de lona, mas há seis meses conseguiu, por meio do
governo, uma casa de dois cômodos no local. “Ainda não temos os móveis, mas só
de não morar em barraco é bom demais. Agora vou comprar algumas coisas para os
meus filhos”, disse.
O plano para
melhoria de vida veio somente depois que obteve na Justiça o direito ao
auxílio–doença. Há cinco anos, Santino quebrou a perna direita e, a partir de
então, várias doenças apareceram. “Foi no trator, levei um tombo e minha saúde
nunca mais foi a mesma”, contou. Segundo ele, a mulher o ajuda no plantio dos
alimentos que consomem, “mas dinheiro, não tem não”.
Para ele, a
maior dificuldade que encontra é com relação aos filhos, um de 6 anos e outro
de 12. “Eu queria dar o melhor para eles, mas cada dia é mais difícil”,
destacou.
E foi com
esse propósito que Santino e a mulher vieram para Goiás. O casal é da Bahia e,
segundo eles, “as coisas lá eram muito mais difíceis”. As crianças estudam em
uma escola que fica a 30 quilômetros da casa, então eles precisam acordar às 4
horas, andar três quilômetros a pé para pegar o ônibus escolar e, só então,
chegar à escola. “Eles ficam o dia todo cansados, mas precisam estudar. Eu não
tive essa oportunidade”, desabafou Santino.
A vida de
Aristeu Pereira de Oliveira, de 53 anos, também não é fácil. Ele mora sozinho
em um acampamento, localizado a 75 quilômetros de Flores de Goiás. Para ir à
cidade, precisa acordar às 3h30, andar 5 quilômetros até a rodovia para pegar o
ônibus, às 5 horas.
Ele só volta
no fim da tarde, horário em que o único ônibus passa. “Aqui tudo é difícil. Não
tem energia elétrica, não tem água, não tem transporte. A única coisa que a
gente tem de ter é esperança”, disse. Esperança que aumentou quando ele
conseguiu também, por meio do Acelerar Previdenciário, a aposentadoria por
invalidez.
“Eu fiz uma
cirurgia de Chagas em junho deste ano. Trabalhei a vida toda e nunca ganhei
nada, só agora”, comemorou. Morando sozinho no acampamento, ele diz que, com o
benefício, vai querer cuidar da saúde. “E, se sobrar um dinheirinho, vou
arrumar meu barraco”, disse.
Fonte: TJGO
Maria do socorro sousa
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