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São Domingos/GO: 161 anos de emancipação política (14/10/1854 – 14/10/2015)

Desfile cívico

Desfile cívico

Fanfarra nos anos 90


Por Dalvan Gomes,

Nesse mesmo período no ano passado eu escrevia aqui no Blog sobre a dedicação de alguns homens e mulheres que ao longo dos tempos deixaram enormes contribuições para São Domingos.

Mencionei vários escritos sobre a cidade, mostrando a sua importância no cenário regional. Aqui podemos relembrar alguns desses escritores:

... jovens de Posse se dirigia para a cidade de São Domingos, onde havia fundado, em 1939 o Seminário dos Padres Claretianos. Éramos 6 crianças entre 11 e 16  anos. Finalmente o Seminário, tendo ao lado a casa paroquial, e ali passaríamos cindo anos de nossas vidas primaveris.(Transcrição do Livro: REMINISCENCIAS REMIDAS de uma Época, do escritor possense, Adalgésio Expedito S. Neves)

Outro escritor possense, Emílio Vieira, em seu livro,  A SAGA DA POSSE, conta a formação econômica do ciclo do ouro e do couro, no qual o ciclo do ouro pertencem aos municípios mais antigos como São Domingos e Flores que comercializava já no século XIX com Caetité, Juazeiro e Salvador e Januária (MG).

Conforme observa em 1874, o historiador Cunha Matos, “o ouro aí jorrava facilmente, mas o lugar era pobre, ao passo que os habitantes da freguesia eram ricos”. Como centro de riqueza, São Domingos sediava já no século XIX, importantes órgãos públicos de segurança, como Cavalaria Miliciana, Companhia de Infantaria, duas Esquadras de Henriques, além de outras instituições burocráticas, ligadas à administração provincial.

Comentei ainda como a comunidade foi contaminada pela depressão, provocada pela disputa política ininterrupta. Como sair dessa situação? Só a cultura pode devolver a motivação aos Dominicanos.

 Precisamos de novos líderes comunitários e eles surgem a partir da convivência num simples evento cultural por exemplo. É esse o ponto chave do nosso imbróglio desmotivador: o acirramento político fazendo todos desconfiar um do outro e vice versa. Você não serve, ele não presta e o outro é mal intencionado. Esse agouro coletivo provoca nos jovens e crianças aversão às demandas da cidade distanciando cada vez mais o sentimento de pertencer à comunidade que nasceu. 

O município precisa investir na cultura participativa, ou seja, a cultura onde os protagonistas são os nossos jovens e crianças. São inúmeras as possibilidades. Vamos reunir as lideranças dessa área e colaborar com a administração municipal para que os recursos sejam realmente direcionados à demanda cultural dos jovens. Um dia essa guerra política acaba e São Domingos vai ser administrado por esses jovens sabedores da importância histórica da sua terra.

 Eu proponho um grande projeto cultural das pastas de EDUCAÇÃO, CULTURA E TURISMO. Os gestores dessas áreas encaminha com urgência para a CAMARA DE VEREADORES um projeto que culmina na adoção de medidas concretas de resgate da SEMANA CULTURAL do aniversário da cidade. Dentre os eventos podemos destacar:

a)Concurso de poesias com temas sobre a cidade;
b)Desfile Cívico;
c)Exposição de artesanatos;
d)Concurso de pinturas, desenhos, redação;
e)Festival de música;
f)Festival de comidas típicas;
g)Teatro;
h)Esportes(inúmeros eventos esportivos podem ser promovidos)

São inúmeras possibilidades de envolver a comunidade escolar principalmente, criando um clima de autoestima. Eu garanto a vocês gestores municipais, que o valor do projeto é menor do que um show de artistas renomados. Depois de aprovado na Camara de Vereadores, vamos colocar em prática o projeto, trabalhando com os voluntários. Façamos o grande esforço de unir a cultura e a educação. Em toda ação cultural o ganho educacional é enorme para as crianças. Não temos ideia o que isso representa na vida de um jovem estudante!

Imaginemos quantas pessoas essas ações envolvem. Nos concursos, quantas crianças tentaram escrever uma poesia, fazer um desenho ou redação. Irão procurar ajuda com a professora, com os pais. No desfile cívico serão envolvidos professores de música, professora de dança. Os pais também se envolvem para ver seu filho e sua filha participar com desenvoltura e beleza.

 No festival de música, incentivaremos os jovens que buscam um palco e som de qualidade onde possam apresentar - alguns jovens que hoje ganham a vida com música nos grandes centros, um dia tiveram essa oportunidade. No festival de comidas típicas, o ganho será enorme. Quantas pessoas serão envolvidas nesse tema. Iremos valorizar o que temos, o que a natureza nos dá.

Como estamos utilizando o nosso potencial? Vamos descobrir a nossa vocação na gastronomia, contrapondo a alimentação dos enlatados. Várias pessoas no município produzem óleo de coco, rapadura, buriti, doces, licor dos frutos do cerrado. Essas pessoas precisam ser valorizadas, mais do que a venda dos produtos, precisam de oportunidades para mostrar o que sabem fazer. Dar essa oportunidade custa pouco para a administração municipal. 

No teatro também serão envolvidos muitos jovens que tem afinidade com essa arte e outros que irão buscar ajuda para organizar o cenário, o figurino os personagens, tudo isso é desenvolvimento, é conhecimento. Acrescenta-se nesse cenário, os eventos  esportivos para crianças, jovens e adultos.

Toda essa participação comunitária, de alguma forma movimenta a economia. Por exemplo: todo pai, toda mãe quer ver seu filho participando de eventos motivadores. E pra isso não medirão esforços pra vê-los bonitos, com roupas adequadas à ocasião. Isso se aplica aos demais eventos. A efervescência de pessoas em torno dos eventos irá movimentar as vendas no supermercado, nas lojas, na feira, no açougue, no posto de gasolina. A exposição de artesanato irá devolver aos artesãos da nossa cidade o valor que eles merecem.

 No município, várias pessoas fazem peças de barro, de madeira, de tecidos, crochê, bordados, rendas. Precisamos valoriza-los, dar a eles oportunidade de mostrarem seus produtos. Certa vez levei para Goiânia algumas peças de barro produzidas no povoado Macaco e todas foram vendidas numa feira artesanal.  Atrairemos turistas, ao contrário do que acontece atualmente nos feriados quando muitos preferem sair.

 Que os recursos financeiros da administração municipal estejam definidos no projeto para as premiações, estandes, som de qualidade, palco, iluminação, segurança, infraestrutura do terreno e acomodações limpas. Tão importante quanto os demais itens, devemos incluir as gratificações para funcionários que aderirem ao esforço municipal. Por exemplo: o professor que dispuser trabalhar no dia 14 de Outubro (feriado municipal) terá uma recompensa financeira. Além do orgulho de ajudar sua cidade, terá ressarcido o dia de folga.

Senhores gestores, os recursos minguados não são motivos para a letargia em que se encontra a nossa comunidade. E um detalhe interessante, nenhum recurso será levado da cidade por empresários ou promoters, uma vez que os artistas são nossos jovens e nossas crianças. Não percamos a esperança: PARABÉNS SÃO DOMINGOS. AVANTE DOMINICANOS.  






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