Mesmo foragido, prefeito suspeito de matar ex-gestor renuncia ao cargo

O prefeito de Estrela do Norte, Wellington José de Almeida (PMDB), suspeito de matar o ex-gestor do município, Geraldo Nicolau Filho (PSDB), renunciou ao cargo.

 A Câmara dos Vereadores recebeu da irmã do político uma carta escrita por ele citando a decisão. Com isso, o até então vice, Baltazar Boaventura (PT), que já comandava a cidade de forma interina, assumiu a administração definitivamente em sessão na noite desta sexta-feira (16).

Segundo o presidente da Câmara, vereador Vanderli Antônio de Macedo (PTB), a carta com a renúncia foi protocolada na quinta-feira (15).

Wellington, a esposa e o irmão estão foragidos suspeitos de terem assassinado Geraldo no pátio de um motel.

"No documento, ele dizia que deixava o cargo porque se sentia ameaçado de morte e por isso não poderia voltar para a cidade. Como a cidade não pode ficar sem um administrador, o vice foi diplomado", afirmou.

O homicídio ocorreu no dia 1º de outubro, em Mara Rosa, cidade do norte goiano, que fica a 32 km de Estrela do Norte. Geraldo, 45 anos, conhecido como Curica, estava no motel com a mulher do secretário de Saúde, que é irmão do prefeito Wellington.

 Câmeras de segurança registraram o momento em que o crime ocorreu.

Segundo Macedo, a cidade aos poucos começa a retomar sua rotina normal. "Na posse temporária, o clima estava bastante tenso. Agora já está mais tranquilo. Mas a comunidade tem interesse em saber o que realmente ocorreu", explica.

O delegado afirma que vários fatores relacionam os suspeitos ao crime. Um deles é que os veículos que estavam no local, um Fiat Punto preto e uma caminhonete Chevrolet S10 branca, pertencem, respectivamente, à primeira-dama e ao irmão do político.

“Quando os policiais viram as imagens, fizeram a descrição física do prefeito. Tem também a coincidência dos veículos e o fato de eles terem sumido da cidade”, aponta Medeiros.

O delegado investiga a motivação do crime. "Tem a questão de a vítima ter uma relação com a cunhada do prefeito ou então questão política porque a pessoa que morreu estava se movimentando para ser candidato a prefeito nas próximas eleições", acredita Medeiros. Geraldo administrou a cidade de 2001 a 2008.

Fonte: G1