Damianópolis/GO: Juiz bloqueia bens de servidor e mais dois suspeitos de usar caminhão da prefeitura para levar cerveja para pescaria
O juiz Pedro
Henrique Dias determinou na sexta-feira (28) o bloqueio de bens do controlador
interno de Damianópolis, Júlio Gomes Barbosa Netto, do ex-vereador e motorista
Zeferino Correia Paes, e do empresário Edmar Passos Sena pela suspeita de usar
um caminhão da prefeitura para transportar caixas de cerveja para uma pescaria.
O valor
bloqueado é de R$ 101.666,66 para cada um.
A reportagem
tentou contato com os acusados e com a Prefeitura de Damianópolis, mas as
ligações não foram atendidas.
O magistrado
defende que a indisponibilidade dos bens é necessária para garantir o
ressarcimento aos cofres públicos, caso as práticas sejam comprovadas. Na
decisão, ele destaca que grande parte da população de Damianópolis “não tem
acesso aos serviços públicos essenciais. Razão pela qual urge que o dinheiro
público seja utilizado de maneira responsável ”.
Ação
De acordo
com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), a pescaria ocorreu entre
7 e 13 de maio, no Rio Araguaia. Autor da ação, o promotor de Justiça Douglas
Chegury afirma que um dia antes do início da excursão, o empresário entrou em
contato com o ex-vereador, que estava em Goiânia com um caminhão do município.
Na ocasião,
Sena pediu a Paes que transportasse as 110 caixas de bebida que havia adquirido
em Goiânia até Abadiânia, cidade do Entorno do Distrito Federal onde a comitiva
o encontraria.
Conforme o
combinado, Paes levou a bebida para o grupo. Segundo o MP-GO, integrantes da
excursão tiraram fotos do momento da entrega da cerveja e ainda publicaram em
redes sociais.
“Por isso,
foi possível identificar o caminhão utilizado como sendo de propriedade do
município”, explicou o promotor.
Chegury
apurou que um dos participantes indagou ao controlador interno de Damianópolis
se não haveria problema por terem utilizado para o transporte o caminhão do
município. Segundo o processo, Netto respondeu que “não tinha nada a ver, que
não dava nada”.
O promotor
ressalta que investiga o motivo de o ex-vereador estar com um veículo da
prefeitura em Goiânia, pois ele não é motorista do município e apenas loca um
caminhão-pipa para administração. O mandato de Paes foi entre 2009 e 2012, pelo
PDT.
A promotoria
pede que os acusados sejam condenados por improbidade administrativa, pois
causaram “ dano ao patrimônio público municipal, enriquecimento ilícito e
violação expressa a princípios constitucionais”.
“O ato deles
foi altamente reprovável, totalmente ilegal, imoral. É uma demonstração de que
as pessoas confundem o público com o privado. Vamos combater veementemente este
tipo de postura. Não justifica usar algo do povo para atender a pescaria de
empresários. Deveria estar atendendo pessoas humildes”, destacou Chegury.
Caso o magistrado
acate os pedidos do MP-GO, o trio pode ter suspensos os direitos políticos, a
perda do cargo público, a proibição de contratar com a administração, além de
multa civil.
Fonte: G1
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