terça-feira, 30 de maio de 2017

Governo de Goiás não passa lista de afetados pela ampliação do Parque da Chapada dos Veadeiros



Quase um mês após o fim do prazo dado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao governo de Goiás para informar a lista com as 500 famílias que o Estado alega ter dentro da área de ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), no Nordeste goiano, o número exato e a identidade das pessoas afetadas seguem desconhecidos.

Na semana passada, uma reunião definiu novas medidas para possibilitar a proteção da área considerada pela Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, mas apesar dos esforços, o traçado do novo mapa da unidade é incerto e o processo de expansão segue sem data para a conclusão.

No dia 17 de abril, o MPF, por meio da Procuradoria da República de Luziânia, responsável pela região de Alto Paraíso, instaurou um procedimento de acompanhamento do processo de ampliação do PNCV e deu um prazo até o dia 2 de maio para que a Secretaria Estadual das Cidades e Meio Ambiente (Secima) entregasse a lista com o nome, endereço e CPF do 500 proprietários anunciados.

Também pediu ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que enviasse o levantamento com os afetados pela medida. Até o momento, nenhum órgão apresentou os documentos.

De acordo com o MPF, a Secima informou que os dados devem ser elencados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED). O ICMBio, por sua vez, disse que respondeu ao órgão federal e indicou que o processo físico, à época não digitalizado, estava na Casa Civil.

O MPF deve oficiar nos próximos dias, a SED e o ICMBio, novamente, para que a solicitação seja atendida. A instauração do procedimento administrativo por parte do Ministério Público Federal foi uma medida tomada a partir do impasse instaurado entre o Governo de Goiás e a União. Entretanto, a procuradora da República em Luziânia, Nádia Simas Souza, pontua que os pedidos do ministério não impedem que a expansão seja realizada. “O Estado não quer dar a anuência alegando a questão da regularização de algumas terras”, diz Nádia.

O processo de expansão do PNCV chegou a ser dado como certo no ano passado, quando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) oficializou a proposta. A ideia é expandir o parque que atualmente conta com 65.514 hectares para uma área total de 222 mil hectares. Porém, isso não foi aceito pelo Governo de Goiás. A gestão goiana alegou que socialmente a ação era inviável, uma vez que existem propriedades na área do parque. Contudo, algumas ainda não foram sequer titularizadas, então seria necessário fazer essa regularização.

O ICMBio explicou que em 2013 foi realizado um levantamento fundiário que identificou 245 propriedades dentro do desenho apresentado para a ampliação. Em 2016, um novo desenho da unidade buscou reduzir ao máximo esse impacto. “Sobraram 15 edificações dentro do parque”, alega Paulo Carneiro, diretor de Criação e Manejo das Unidades de Conservação do órgão ligado a MMA.

GeorreferÊNCIA

A Secima aponta que o número de propriedades e posseiros nas proximidades do parque seria 500, conforme levantado apresentado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) quando a expansão do PNCV travou uma discussão mais acirrada, no ano passado. Na época, os números foram confirmados pela SED.

Porém, atualmente, a pasta voltou atrás. “Não é possível estimar um número porque as informações que temos são antigas, por isso estamos fazendo um novo levantamento e o georreferenciamento”, explica Silvio Silva Sousa, superintendente de Desenvolvimento Agrário da SED.

A perspectiva da SED é que o levantamento do número de famílias e o município onde estão localizadas seja finalizado até julho, conforme Sousa. Segundo ele, o georreferenciamento indicará a localização dessas pessoas, entre outras características importantes para a regularização da terra.

A licitação para escolha da empresa que fará esse trabalho já foi realizada e a expectativa do superintendente é que as atividades se iniciem no próximo mês.

Fonte: O Popular

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