Região mais
alta do Planalto Central, a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, é reconhecida pela
Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.
Não foi por acaso que o “coração” do Brasil ganhou esse título.
Além da
diversidade da fauna e flora protegida em um parque nacional, a beleza cênica
da região é outro atrativo. Do emaranhado de montanhas e nascentes descem rios
formando corredeiras, cânions e cachoeiras que deixam os visitantes
deslumbrados. A energia e o clima de paz ainda propiciam abrigo para
comunidades espirituais, exotéricas e de vida alternativa com seguidores do
mundo inteiro.
A chegada do
asfalto facilitou a exploração dos atrativos turísticos de Alto Paraíso e
Cavalcante, mas são, principalmente, as estradas de terra e caminhos quase
apagados do mapa que conduzem os visitantes aos encantos da Chapada dos
Veadeiros.
A partir de
São Jorge, um antigo acampamento de garimpeiros e sede do Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros, hoje uma referência do ecoturismo, as trilhas são bem
sinalizadas dentro da área de proteção.
Entre as
diversas trilhas está a que leva o visitante até as Sete Quedas com pernoite no
interior do parque. Quem tem mais tempo e disposição pode percorrer até 80 km
de trilhas históricas, ainda carentes de sinalização, no entorno do parque.
Fazendas e agricultores familiares oferecem pouso com opções de camping e
comida caseira para os andarilhos.
A Agência de
Notícias do Turismo acompanhou durante três dias a caminhada de cerca de 50 km
de uma expedição de Brasília com nove trilheiros, amantes do turismo de
aventura, equipados com GPS, mapas e, claro, mochilas.
A cada
subida ou descida íngreme o esforço era recompensado pela paisagem deslumbrante
do mosaico de montanhas, penhascos e grotões; e pelos banhos refrescantes nas
cachoeiras dos rios Preto, São Miguel, Cordovil, Couros e Segredo. Mais adiante
todos eles se juntam e formam o Tocantins rumo ao Amazonas. “Aqui no alto passa
a impressão de que caminhamos pelo topo do Cerrado”, comenta o fotógrafo
Fernando Correa, autor das imagens da expedição que ilustram esse texto.
Ainda há
vestígios do garimpo e pecuária que marcaram a economia da região desde a
colonização. Desse passado mais remoto, quilombolas preservam os costumes e o
isolamento dos ancestrais que fugiram da escravidão. Os sítios arqueológicos
registram a presença humana dos primeiros habitantes da região, antes dos
colonizadores.
Cavalcante é
um exemplo do passado e presente da Chapada dos Veadeiros. Alto Paraíso, antiga
Veadeiros, referência aos cães caçadores de veados da fazenda que deu nome ao
local, é o centro desse novo ciclo de exploração econômica.
Há um
movimento de conciliação e equilíbrio para o aproveitamento turístico dos
atrativos naturais de forma racional em benefício da população local. É o
turismo ambiental assegurando a sustentabilidade de pequenos negócios. Ainda
que trilhando caminhos diferentes, é possível conhecer a Chapada dos Veadeiros
pelo topo do Cerrado.
Fonte: Ministério
do Turismo
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