No ano de
2017, um total de 392 detentos fugiram de presídios goianos. Segundo
informações da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária
(Seap), apenas 147 desses presos foram recapturados, o que corresponde a 38%
dos foragidos.
Houve, no
total, 89 eventos de fugas nas unidades prisionais da Seap. O feriado de Natal,
por exemplo, foi marcado por três fugas no Estado, com 39 presos foragidos dos
municípios de Jaraguá, Águas Lindas e Inhumas.
Em Jaraguá,
criminosos encapuzados entraram na cadeia municipal e libertaram 15 detentos no
dia 23.
Durante a
ação, agentes penitenciários foram agredidos. No presídio de Águas Lindas, no
entorno do Distrito Federal, 10 detentos fugiram na madrugada do dia 25,
enquanto três agentes faziam a vigilância no local.
Já na tarde
do dia 25, outros 14 detentos escaparam durante o banho de sol do presídio de
Inhumas.
Segundo
balanço feito pela Seap, mais de 10 agentes penitenciários ficaram feridos em
serviço neste ano e um agente foi morto. Com relação ao número de detentos
mortos nos presídios em Goiás, a Seap informou que totalizaram 47 óbitos.
Após a fuga
de 39 presos em presídios goianos, a Polícia Militar intensificou as ações
preventivas nas áreas próximas às unidades prisionais, em todas as regiões do
Estado.
A corporação
também está apoiando e participando de operações realizadas em conjunto com a
Seap para recapturar e inibir novas tentativas de fugas por parte dos presos.
Fugas
As fugas em
presídios goianos começaram no início do ano. Já no dia 6 de janeiro, 10
detentos fugiram da Unidade Prisional de Alexânia. Os fugitivos teriam serrado
a grade superior do pátio e empreendido fuga.
Ainda em
janeiro, 14 detentos fugiram da Unidade Prisional de Edéia após renderem
agentes prisionais que estavam de plantão.
No mês de
fevereiro, quatro detentos fugiram após cavarem um buraco no teto da Unidade
Prisional de Campos Belos e no município de Jussara, sete fugiram e um morreu
após renderem um agente prisional. Em março, houve fugas em Aparecida de
Goiânia, Catalão, Rio Verde e Uruana.
Além disso,
12 presos serraram grade e fugiram da Unidade Prisional de Maurilândia no mês
de abril.
Já no mês de
maio, as fugas foram empreendidas em Piracanjuba e Guapó, onde seis detentos
ficaram feridos após uma explosão. No fim de julho, nove detentos fugiram em
Jussara, outros quatro morreram e três ficaram feridos durante a rebelião.
No segundo
semestre do ano, as fugas continuaram. No dia 1º de agosto, três detentos
fugiram da Unidade Prisional de Indiara.
Em setembro
as fugas ocorreram nos municípios de Aparecida de Goiânia, Crixás, Nova Crixás
e em Itumbiara, onde um agente foi baleado e 12 detentos fugiram.
Em outubro,
houve duas fugas em Anápolis em três dias: quatro detentos fugiram no dia 2 e
outros três no dia 5. Durante o mês de novembro houve três fugas em Aparecida
de Goiânia e uma em Piracanjuba.
Mortes
Em Catalão,
um detento foi encontrado morto na cela que dividia com outros 14 detentos, no
mês de janeiro. Em maio, um preso foi encontrado enforcado com lençóis, em
Jaraguá.
Em outubro,
um detento morreu após agressão no município de Anápolis. Em Jataí, um dos
presos morreu após ser baleado por um agente, no fim de novembro.
No último
dia 27, um detento foi encontrado decapitado na Unidade Prisional de Jaraguá.
No dia seguinte um presidiário do regime semiaberto morreu enquanto tentava
fugir do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Rebeliões
nos municípios de Aparecida de Goiânia, Jussara, Luziânia também deixaram
mortos. Além dessas mortes, um detento morreu após acidente elétrico no
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, quando tentava desmontar uma
barraca no mês de fevereiro.
Rebeliões
Em janeiro,
houve um princípio de rebelião na Unidade Prisional de Cromínia, mas não houve
mortos nem feridos.
Em
Rubiataba, um princípio de rebelião assustou os moradores deixando dois presos
feridos. Ainda em janeiro, houve tumulto no presídio de Jaraguá, quando agentes
prisionais encontraram três telefones celulares dentro da unidade.
Em
fevereiro, uma rebelião em Aparecida de Goiânia deixou cinco detentos mortos e
35 feridos. Nesse mesmo mês houve um princípio de rebelião em Anápolis e em
Jussara, onde um detento foi morto e sete fugiram.
Catalão
também foi cenário de um princípio de rebelião no mês de março. Outra rebelião
em Aparecida de Goiânia deixou nove detentos feridos e um morto.
No mês de
maio, houve um princípio de rebelião no Complexo de Delegacias Especializadas,
no Setor Cidade Jardim, em Goiânia. Já em julho, uma rebelião em Jussara deixou
quatro presos mortos e três feridos.
No município
de Luziânia, três detentos morreram durante rebelião, um agente penitenciário
também foi morto e outro ficou ferido. Em outubro houve princípio de rebelião
em Cristalina e em novembro, no município de Catalão.
Greve
No início de
janeiro, cerca de 2 mil vigilantes penitenciários temporários paralisaram as
atividades. Eles reivindicavam equiparação salarial com o efetivo, melhores
condições de trabalho e de armamento, além do pagamento do auxílio de risco de
vida em seu valor original.
A Secretaria
de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) garantiu que a
situação nas unidades prisionais de Goiás foi contornada no mesmo dia.
Crise nos presídios
Segundo
dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de junho
de 2016, Goiás está em 11º lugar no ranking nacional em número de detentos. Os
dados, divulgados no último dia 9, apontam que a população prisional do estado
corresponde a 16.917 pessoas. Desse total, 16.272 estão no sistema prisional.
Um grave
problema é observado em relação ao número de vagas nas unidades prisionais do
estado.
Em Goiás, há
apenas 7.150 vagas, o que causa um déficit de 9.767, ou seja, os
estabelecimentos penais comportam mais presos do que o número de vagas
disponíveis. Além disso, os dados indicam que 40% dos presos estão sem
condenação e quase metade deles ainda não foi julgada, o que mostra o atraso do
judiciário em Goiás.
Fonte do Mais
Goiás
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