Doença até
pouco tempo atrás com baixa incidência em Goiás, o Mormo, que afeta
principalmente os equídeos (equinos, asininos e muares) e outras espécies
animais, tem apresentado crescimento no número de casos, segundo dados
registrados pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Somente
nos primeiros sete meses deste ano já são seis focos confirmados, nos
municípios de Araçu, Arenópolis, Damolândia, Jataí, São Luiz do Norte e
Itapirapuã.
No Estado de
Goiás, o primeiro foco de Mormo foi confirmado em 2014, em Goiânia. De lá para
cá, outros casos foram registrados ao longo dos anos. Em 2015, foram cinco
focos (Abadia de Goiás, Bela Vista, Caldazinha, Edeia e Silvânia). Em 2016,
apenas um foco em Mineiros. No ano de 2017 foram novamente cinco focos (Bela
Vista, Edeia, Luziânia, Planaltina de Goiás e Santo Antônio de Goiás). Em 2018
não houve registro de focos. Já em 2019 houve um caso em Guarani de Goiás. Em
2020, contudo, o número de focos voltou a aumentar.
Este ano, o
foco com maior número de animais positivos é o de Itapirapuã, totalizando 21
equinos de uma mesma propriedade. A doença foi confirmada por meio da técnica
sorológica de Western Blotting (WB) pelo Laboratório Federal de Defesa
Agropecuária, localizado em Recife-PE (LFDA-PE). Trata-se de um laboratório de
referência, acreditado e o único do País para realização de testes
confirmatórios para Mormo. A recomendação da Agrodefesa é que os animais sejam
eutanasiados no prazo de 15 dias. Em todos os casos de Mormo, a recomendação
técnica é o sacrifício dos animais, por se tratar de uma doença para a qual não
existe tratamento nem vacina para imunização.
Educação
sanitária
O Mormo é
uma zoonose altamente contagiosa, conhecida desde a antiguidade. É causada por
um bacilo gram-negativo, aeróbio, não esporulado e imóvel, classificado de
Burkholderia mallei, transmitida entre os equídeos pela água, alimentos
contaminados e principalmente pelo contato direto de animais contaminados
(normalmente assintomáticos) com animais sadios em eventos equestres. Em Goiás,
a doença tem elevado impacto econômico, considerando o grande plantel de
equídeos e suas diversas formas de utilização.
Conforme o
presidente da Agrodefesa, José Essado, a Agência trabalha em consonância com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa com objetivo de
prevenir, controlar ou erradicar as doenças dos equídeos, incluindo o Mormo.
Nesse sentido, desenvolve ações de educação sanitária, estudos epidemiológicos,
fiscalização e controle do trânsito de equídeos, cadastramento, fiscalização e
certificação sanitária de estabelecimentos, bem como intervenção imediata
quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória. O
sacrifício dos animais positivos é obrigatório para evitar a disseminação da
doença.
Outra medida
recomendada é que todos os equídeos existentes na propriedade onde ocorre o
Mormo sejam submetidos a diagnósticos, com o objetivo de sanear o plantel. A
Agrodefesa recomenda também aos criadores que atendam às recomendações legais
de prevenção e controle do problema.
O transporte
de animais deve estar sempre acobertado de Guias de Trânsito Animal e, de
acordo com a finalidade, dos exames negativos de Anemia Infecciosa Equina e
Mormo, juntamente com atestado de vacinação contra Influenza Equina – previsto
na Instrução Normativa n° 06/2015 (carência de 15 dias após aplicação da
vacina).
A
propriedade na qual for registrado foco de Mormo só será liberada após a
realização de dois exames consecutivos com resultados negativos para todos os
equídeos existentes no imóvel. Por se tratar de uma zoonose, que pode ser
transmitida do animal para o homem, a Agrodefesa também comunica os focos à
Secretaria Estadual da Saúde para tomar as providências em relação às pessoas
que possam ter tido contato com o animal, conforme prevê a legislação.
Assessoria de
Imprensa da Agrodefesa - Governo de Goiás
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