O protocolo
de segurança para a retomada das atividades presenciais nas unidades de ensino
em Goiás será discutido nesta quarta-feira (19) pelo Comitê de Operações
Emergenciais (COE) estadual de enfrentamento ao coronavírus, com expectativa de
que seja encontrado um consenso para que o documento, que serve como uma
espécie de parecer técnico, seja encaminhado para as autoridades que vão
definir como as escolas poderão funcionar durante a epidemia de Covid-19.
Entre as
novidades que constam no documento, que chegou a ser discutido pelo COE na
reunião da semana passada, está a disponibilidade de uma “sala de isolamento”
para encaminhamento das pessoas que apresentarem sintomas de Covid-19 no
interior das unidades e o “fiscal da Covid”, servidor responsável por medir a
temperatura dos estudantes, professores e servidores e referência a ser
procurada para levar até a sala.
O protocolo
vem sendo discutido desde o primeiro semestre, entretanto há impasses para os
quais não se encontram soluções, como o que fazer caso se descubra surtos
dentro da escola – se fecha apenas as salas atingidas ou toda a escola – e
quais os locais mais apropriados para o consumo de alimentos pelos alunos, se
eles podem comer dentro das salas para evitar espaços coletivos, por exemplo.
Um grupo
técnico formado por representantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
(SES-GO) e da rede pública e particular de ensino aprimora desde meados de
julho um protocolo preliminar apresentado pela área da educação com as medidas
preventivas e reativas diante da epidemia que chegou a Goiás em março deste
ano. Há cinco meses as aulas presenciais estão suspensas e ainda não há
definição sobre a data de retorno.
Nesta
reunião do COE, o grupo deve apresentar avanços nas propostas sobre como
proceder quando surgir um caso suspeito ou mais de infecção. Foi finalizada
nesta terça-feira (18) uma proposta com fluxogramas para cada tipo de situação.
Entre os desafios da equipe, estava definir o que exatamente seria considerado
um surto que demandasse o fechamento de uma sala de aula ou até mesmo da
escola.
Com relação
à educação infantil, porém, o debate ficará para uma próxima etapa.
Um dos
pontos já bem definido é que as escolas terão de ter uma sala para isolamento
dos casos em que for constatado dentro das unidades alguém com sintomas. Todos
os que apresentarem sintomas serão orientados como proceder sobre isolamento e
encaminhamento médico. Se for um estudante menor de 18 anos, o responsável por
ele será contatado para providências.
As escolas
terão também de criar comissões para monitorar os casos de Covid-19 e um
profissional capacitado para fazer a medição de temperatura de todos que
entrarem na escola e dar as orientações para quem tiver dúvidas sobre a doença.
Será uma espécie de “fiscal de Covid”. Este profissional será responsável por
encaminhar os casos suspeitos identificados para a sala de isolamento. Em toda
a unidade de ensino deverá haver cartazes e marcações explicando à comunidade
como agir em caso de suspeitas de infecção, seja no interior ou na área externa
da instituição.
As escolas
devem continuar investindo nas atividades não-presenciais mesmo com a volta das
aulas dentro das escolas. O protocolo em discussão afirma que as escolas devem
promover na formação dos professores práticas de ensino híbrido, ferramentas
tecnológicas e estratégias inovadoras. E dá orientações no sentido a reduzir o
fluxo de pessoas dentro das instituições ao mínimo possível, mantendo apenas
aqueles que precisam mesmo estar lá.
Procurada, a
SES-GO informou por nota que as deliberações do COE servem de “embasamento
técnico para os documentos elaborados” pela pasta, como as notas técnicas, e
reforçou que o comitê não deliberou sobre retorno ou não das aulas, mas apenas
está discutindo sobre os protocolos de segurança. “O COE tem caráter
deliberativo e consultivo. Após o parecer técnico, as informações serão
apresentadas às autoridades.”
A titular da
Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), Fátima Gavioli, afirmou que
preferia aguardar a reunião para se manifestar, mas frisou que a pasta, por
meio do gabinete de crise, tem participado das reuniões com a Saúde e que estão
construindo uma proposta em conjunto “principalmente para as crianças que estão
sem acesso às aulas neste período que dura a pandemia”.
O presidente
do Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO), Flávio de Castro, diz que a
aprovação do protocolo é importante, mas não significa necessariamente um
avanço na discussão sobre a retomada das aulas presenciais, “que é outro papo”.
Isso porque envolve questões que fogem do controle da unidade de ensino, como o
avanço da epidemia nas cidades. “Pelo que estamos vendo, com o tanto de caso
atualmente, não tem como acontecer isso agora”, comentou.
Fonte: O Popular
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