Conforme
divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA-Esalq/USP) no último dia 28, o preço da saca de 50 quilos de arroz bateu
a marca de R$ 93,05, com variação de 4,48%. Um recorde. O aumento do preço da
saca acaba se refletindo diretamente no consumidor.
Nesta
semana, um pacote de arroz de 5 quilos pode ser encontrado pelo preço de R$ 24
em alguns supermercados de Goiânia. Entretanto, na última semana, o mesmo
produto chegou a custar R$ 30 em alguns estabelecimentos. A alta do preço tem
explicação, mas pode estar longe de acabar.
Para o
presidente da Associação Goiana de Supermercados de Goiás (Agos), Gilberto
Soares, um dos fatores que mais pesou para a alta do preço do arroz foi a
grande quantidade de exportações.
Segundo
Soares, é preciso uma política mais rígida de exportações que evite a falta do
produto internamente. “A oferta do arroz em casca está baixa. Nunca se exportou
tanto arroz quanto nesse ano, em especial para o Peru, México e Venezuela.
Faltou um regramento, políticas de exportações. Teriam que ter regulado isso daí,
com maiores taxações, pra não acontecer o que aconteceu”, diz.
Já o
presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Goiás (Siago), Jerry
Alexandre, destaca que não é só o estado de Goiás que sente o gosto salgado do
atual preço do arroz, mas o Brasil inteiro. Segundo Jerry, a alta se deve a uma
série de fatores, como os climáticos, que, segundo o presidente, reduziram 40%
da produção de arroz na Ásia. Além disso, de acordo com o presidente do Siago,
países asiáticos passaram a importar o grão e até o preço do dólar influenciou,
o “que acabou ajudando os exportadores brasileiros”.
“O
incremento nas exportações foi enorme. Só em julho deste ano foram mais de 82
milhões de dólares contra pouco mais de 13 milhões de dólares em julho de
2019”, detalha.
Jerry
adianta que, levando-se em conta o preço de aquisição da matéria-prima (arroz
em casca), o valor do pacote de arroz de 5 quilos deve ficar entre R$25 e R$30,
dependendo da marca. O presidente da Siago enfatiza que “nenhuma indústria de
Goiás ou de outro estado tem qualquer responsabilidade quanto à alta do arroz”,
mas devido ao conjunto de fatores demonstrado por ele, o preço do arroz não
deve cair tão cedo.
“A próxima
safra começará a ser colhida em março de 2021. Até lá, dependeremos de importações
para assegurar o abastecimento e não creio que há possibilidade de redução
drástica de preços”, conclui.
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