Uma decisão
liminar da Justiça de Goiás determinou que a empresa Taurus troque 704 pistolas
do modelo PT 24/7 PRO D vendidas à Polícia Civil de Goiás. Segundo o documento,
as armas fornecidas inicialmente não foram aprovadas pelo Exército Brasileiro e
uma perícia apontou que poderiam disparar involuntariamente. A decisão cabe
recurso.
Por meio de
nota, a Taurus informou que não foi intimada da decisão. Segundo o texto, a
empresa "demonstrou no processo que inexistem os problemas no armamento
fornecido e que o pedido de fornecimento de armas novas é incabível".
O comunicado
diz ainda que "a Taurus demonstrará na ação a improcedência de todas as
alegações do estado de Goiás, bem como buscará responsabilizá-lo e seus agentes
por todas as ações sem embasamento legal tomadas contra a empresa".
Assinado
pela juíza Zilmene Manzolli, o documento foi publicado na última quinta-feira
(6) e prevê multa de R$ 5 mil por dia caso a empresa não cumpra a determinação.
O pedido na
Justiça por essa substituição das pistolas informou que o estado gastou R$ 1, 3
milhão com as 704 armas. O documento relatou ainda que, “sem
conhecimento/autorização do Exército Brasileiro” a Taurus fez mudanças na arma
e “assumiu o risco de comercializá-la".
Na decisão,
a juíza cita uma perícia feita pela Secretaria de Segurança Pública que apontou
que “no estado que a pistola vistoriada se encontrava, o disparo poderia
ocorrer de forma voluntária e involuntária”.
A magistrada
considerou ainda a medida de substituição das pistolas como urgente porque,
segundo ela, aguardar o fim do processo levaria a “risco eminente os portadores
das pistolas em referência, bem como a sociedade”.
Ainda
justificando a decisão, Zilmene destacou que “a Polícia Civil desguarnecida de
armamento de qualidade, resultaria em agravamento da segurança pública”.
A reportagem
entrou em contato com a Polícia Civil às 10h para pedir um posicionamento sobre
o caso e aguarda retorno.
Histórico
de defeitos
O modelo
citado na decisão liminar já teve problemas relatados em perícias e por
policiais que a usaram. Em novembro de 2017, um vídeo foi divulgado mostrando a
pistola atirando de forma involuntária. Nessa ocasião, um policial foi baleado
na perna.
Em outubro
do mesmo ano o Ministério do Trabalho proibiu o uso de 2,5 mil pistolas deste
modelo em Goiás. Uma auditoria havia apurado que arma já causara mais de 20 acidentes.
Em outubro
de 2019, a empresa chegou a ser condenada a indenizar um PM em R$ 20 mil pela
pistola ter falhado durante a tentativa de reação a um assalto, em Goiânia.
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário