O retorno
das aulas presenciais em Goiás só deve ocorrer após a queda no número de mortes
diárias por coronavírus em, no mínimo, 15% durante quatro semanas e com a
manutenção da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) igual ou
menor a 75%, também durante quatro semanas. A previsão de retomada das
atividades presenciais em setembro, portanto, deve ser suspensa.
A
deliberação foi feita pelo Centro de Operações de Emergência (COE) estadual de
combate ao Covid-19 durante reunião na tarde desta quarta-feira (19), com a
participação de representantes da Saúde e Educação. O posicionamento deve ser
seguido pelas escolas públicas e privadas, conforme sinalizado. As aulas
presenciais em Goiás foram suspensas entre os dias 15 e 18 de março.
O prazo de
suspensão das aulas previsto até 31 de agosto, em nota técnica da Secretaria de
Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), deve ser substituído pelos novos critérios.
No entanto, isso depende de decisão dos gestores estaduais.
Nesta
quarta-feira (19), a ocupação de leitos de UTI em Goiás está em 83%, mas a
porcentagem chega em 89% se considerar os leitos bloqueados. Na última
sexta-feira houve um pico de 94,5%, mas depois de dois dias baixou de 90% pela
primeira vez desde 8 de agosto.
A média de
óbitos por Covid-19 de Goiás dos últimos 7 dias, a chamada média móvel, foi de
49 óbitos diários, 17% acima da média móvel de 14 dias antes, que era de 42
mortes dia. Na última terça-feira (18) foram inseridos 128 óbitos por
coronavírus nas estatísticas, recorde de mortes divulgadas em um único dia.
Redução
sustentada
Técnicos do
COE definiram o intervalo de quatro semanas para confirmar a estabilização da
ocupação de leitos e queda no número de óbitos.
“Variações
acontecem de uma semana para a outra. Para termos certeza que aquela redução é
sustentada, colocamos quatro semanas. Também consideramos o atraso no repasse
das informações. Sempre nas duas últimas semanas tem atraso”, explica a
superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.
Sobre as
hospitalizações, Flúvia diz que técnicos da área entendem que a taxa de 75% de
ocupação dos leitos de UTI é segura para que todas as pessoas sejam atendidas e
haja possibilidade de remanejamento com um pequeno aumento. A superintendente
ressalta que os apontamentos do grupo técnico não são determinantes. “O COE é
deliberativo, a decisão é do gestor estadual e do governador.”
Desde o
início da pandemia, as decisões do Estado têm seguido as deliberações do COE em
relação ao retorno das aulas presenciais. Houve uma previsão de retomada das
atividades escolares em agosto, mas ela foi revista na segunda quinzena de
julho, quando uma nova previsão de retomada em setembro, revista na reunião
desta quarta.
Por nota, a
SES-GO defendeu que o atual cenário epidemiológico da Covid-19 no Estado torna
inseguro o retorno dos estudantes, professores e demais trabalhadores, neste
momento.
Sobre os
critérios para retorno, diminuição de óbitos e ocupação de leitos, a pasta
afirma na nota que são medidas já adotadas em outros locais e descritas na
literatura como forma de retomada segura das atividades escolares.
Protocolo
não é discutido
O Centro de
Operações de Emergência (COE) de combate ao coronavírus não colocou em pauta o
protocolo de segurança para retomada das atividades presenciais nas unidades de
ensino em Goiás nesta quarta-feira (19).
O documento,
que teve detalhes revelados na edição do POPULAR desta quarta-feira (19),
define como as escolas devem funcionar durante a epidemia de Covid-19 quando
elas voltarem a ter atividades presenciais. Havia uma previsão para que ele
fosse discutido e aprovado na reunião desta quarta-feira.
Desde o
primeiro semestre que o protocolo vem sendo discutido e já passou por revisões.
O objetivo é já ter um regramento de como as unidades de Educação devem
proceder, independente da definição de data de retorno. Entre os pontos de
maior indecisão está sobre qual a forma mais correta de agir quando descobrir
surtos dentro da escola e qual a maneira mais apropriada de consumo de
alimentos pelos estudantes.
Na última
alteração do documento, disponibilizada em reunião do COE da semana passada,
está a previsão de uma “sala de isolamento” para encaminhamento das pessoas que
apresentarem sintomas de Covid-19 no interior da unidade. Todos que forem para
essa sala terão encaminhamento médico e o responsável por ele será contatado
para providências, caso tenha menos de 18 anos.
No documento
também é previsto uma espécie de “fiscal de Covid”, que é o servidor referência
para encaminhar o caso suspeito para o isolamento. Ele também é responsável por
medir a temperatura dos estudantes, professores e servidores.
Mesmo com o
retorno de aulas presenciais, as escolas devem continuar com atividades
não-presenciais. De acordo com o atual texto do protocolo, devem ser promovidas
cursos de formação para os professores sobre práticas de ensino híbrido,
ferramentas tecnológicas e estratégias inovadoras.
O protocolo
deve ser discutido e aprovado nas próximas reuniões do COE. A elaboração do
documento contou com a participação de entidades da rede pública e privada de
ensino.
Fonte: O
Popular
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