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Em Campos Belos/GO pai transforma túmulo do filho em carro estilizado e som automotivo




Há dois anos Samuel Alves perdeu, precocemente, o seu filho Yan Victor, de apenas 9 anos de idade, na cidade de Campos Belos, no nordeste goiano.

Pai e filho eram mais que amigos. Grudados de verdade. Mas uma doença abrupta e misteriosa fez o pequeno partir com muita brevidade. Aos pais, restaram a dor e a saudade.

Cada um administra o luto à sua forma, aquela que melhor lhe traga paz e um mínimo de conforto, se é que isso é possível quando se perde um filho ainda criança.

A morte do Yan Victor foi setembro de 2017, na época o pai reclamou muito de uma possível omissão médica.

Na época, Samuel disse que a criança não teve o atendimento que deveria ter no hospital municipal de Campos Belos e sem saber o que fazer para amainar a dor, procurou o Blog para falar de sua revolta e da falta de respeito por parte dos atendentes e médicos.

“Moço, liberei o meu filho do IML sem saber a causa do falecimento. Eu tinha acabado de chegar de viajem e para não ficar muitos dias lá em Formosa (GO), tive que optar por não a fazer perícia", lamenta o pai.

Disse também que não sabe o que ocorreu. O menino era saudável e de uma hora para outra teve um quadro febril, que resultou em morte.

“Só quero que mude a forma de atendimento lá no hospital. Quando uma pessoa for fazer uma consulta, que não saísse sem um resultado de exame, porque a gente chega lá e antes de terminar de falar o que está sentido, o médico já está com a receita pronta e libera o paciente”.

Samuel Alves afirmou ainda que o seu filho, na época, foi socorrido com febre e vômitos.

“Aí quando chegou no hospital, a médica deu suspeita de apendicite. Pediu para fazer ultrassonografia e não deu nada", explica.

O pai diz que o menino foi liberado, com receitas para uma amidalite por 6 dias.

“Depois de 3 dias, ele voltou para o hospital porque a febre não tinha passado e fortes dores nas costas e no estômago judiavam do menino.

Quando foi de madrugada, ele foi para o céu.

Em agosto de 2018, quando completou um ano da morte do pequeno Yan Victor, Samuel Alves fez uma carreata, em homenagem para aplacar um pouco a saudade.

A carreata partiu do hospital até o cemitério da cidade e foi comandada por um trio elétrico e carros de som automotivo, um sonho do pequeno garoto.

"O sonho dele era ter uma saveiro cheia de som. No entanto esse sonho não pôde ser concretizado por seu falecimento.

Então eu resolvi fazer essa homenagem a ele, fazendo o túmulo em forma de uma saveiro, com lente de farol de verdade, retrovisores de verdade e seta".

O carro-túmulo chama a atenção pelo inusitado, mas ao saberem da história, há uma comoção silenciosa, que nos faz sentir pequenos e minguados pela simples impotência diante das peças pregadas pela vida.

E neste momento tudo é válido, inclusive aquilo que tenta amainar a sensação de vazio. 

Texto e Fonte: Dinomar Miranda

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