Um incêndio
espalha-se pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, destruindo parte da
unidade de conservação localizada no nordeste de Goiás.
Em comunicado
divulgado nas redes sociais, a Rede Contra o Fogo, que reúne voluntários,
afirma que o fogo atingiu cerca de 3 mil hectares no interior do parque e mais
3,5 mil hectares no entorno da unidade de conservação.
A Delegacia
Estadual do Meio Ambiente instaurou inquérito para investigar as causas do
incêndio e apontar eventuais responsáveis.
O incêndio
dura uma semana. Desde sexta-feira (27), quase uma centena de bombeiros,
brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), além de voluntários da Rede Contra Fogo atuam dia e noite, sem
interrupções.
Somente
ontem (28), foram empregados quatro aviões-tanque para lançar água e
retardantes de chamas, um helicóptero, veículos, drones e todos os equipamentos
necessários à tentativa de conter o avanço das chamas.
Ainda de
acordo com o Corpo de Bombeiros, uma das grandes dificuldades da missão decorre
da extensão das áreas atingidas pelo fogo.
Só uma das
linhas de fogo, na região do Rio dos Couros, fora do parque nacional, chegava a
medir cerca de oito quilômetros.
O terreno
acidentado dificulta o avanço dos bombeiros, brigadistas e voluntários.
As chuvas
isoladas dos últimos dias enfraqueceram alguns focos, mas foram insuficientes
para apagarem as chamas.
Com cerca de
240 mil hectares (cada hectare corresponde aproximadamente a um campo de
futebol oficial), o parque abriga espécies e formações vegetais únicas,
centenas de nascentes e cursos d’água e é reconhecido pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio
Natural da Humanidade.
Kalunga
Além do
parque nacional, as chamas também ameaçavam o maior território quilombola do
país, habitado pelo povo Kalunga, sobretudo em Cavalcante (GO).
Segundo o
coordenador da Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante, Rafael de Souza
Drumond Farias, as chuvas dos dois últimos dias ajudaram nos esforços, e o
fogo, que vinha avançando muito rapidamente, agora está sob controle.
“Há quase um
mês, vínhamos registrando, quase diariamente, focos de incêndio no município de
Cavalcante.
Ontem,
começou a chover na região. Com as ações de combate ao fogo e as chuvas das
últimas horas, podemos dizer que o fogo está sendo debelado no território
Kalunga”, contou Farias a Agência Brasil.
A Brigada
Voluntária Ambiental de Cavalcante foi criada em 2017, ano em que a região foi
atingida por um incêndio de grandes proporções que destruiu cerca de 90 mil
hectares de vegetação.
Hoje, a
brigada está formalmente constituída, sendo um departamento de prevenção ao
fogo subordinado à Associação de Condutores de Ecoturismo de Cavalcante e
Entorno (ACECE).
A maioria
dos brigadistas é formada por guias turísticos que atuam voluntariamente,
recebendo cursos de especialização, equipamentos e seguro de vida.
Fonte:
Agência Brasil
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