Após mais de
6 anos da morte do marido assassinado, Maria Ilda Ferreira da Conceição (foto),
de 32 anos, teve o direito reconhecido na Justiça de receber pensão.
A audiência,
que durou cerca de 15 minutos, foi presidida, nesta terça-feira (6), pelo juiz
substituto Yvan Santana Ferreira, durante a realização do Programa Acelerar -
Núcleo Previdenciário, na comarca de Iaciara, no nordeste goiano.
Além disso,
no acordo homologado pelo magistrado, ficou estabelecido que será pago o valor
de R$ 27 mil a título de atrasados. A força tarefa hoje está em Iaciara para a
realização de 180 audiências. Amanhã, a partir de 13 horas, seguirá para a
comarca de Alvorada do Norte.
Maria Ilda
ingressou com a ação de pensão por morte somente no passado, quando ficou
sabendo por uma vizinha que a filha Ana Clara Ferrreira dos Santos, hoje com 8
anos, teria direito ao benefício. “Eu não sabia que poderia receber esse
dinheiro. E também quando esse tipo de coisa acontece a gente fica com a cabeça
tão ruim...”, afirmou.
Na
audiência, Maria Ilda disse que o marido sempre trabalhou na zona rural e nunca
teve serviço fixo. Lembrou que quando ele foi morto, não estava trabalhando
havia dois meses. “Ele ganhava 400 reais e pegava tudo o que aparecia”,
declarou. Quando engravidou, ela e o marido falecido foram morar na casa da
mãe.
Hoje, Maria
Ilda vive com a filha em uma casa que, segundo ela, é de tábua. O dinheiro que
passará a receber ajudará nas despesas básicas das duas. “Muitas vezes minha
filha quer as coisas e eu não posso comprar porque não tenho dinheiro. Trabalho
de diarista, lavadeira, passadeira e qualquer coisa que aparecer”, ressaltou.
Ela afirmou
que, a partir de agora, poderá dar uma vida melhor para a filha. “Não quero que
ela passe vontade de ter as coisas. Meu coração doí quando ele pede algo e eu
não compro, ainda mais quando é comida”, ressaltou, ao lembrar que quando
consegue um “bico” recebe 60 reais por dia. “Nunca trabalhei de carteira
assinada. As coisas aqui estão muito difícil”, finalizou.
Fonte: TJGO
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