Estudo define Cavalcante, Colinas do Sul, Amaralina, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás como as mais carentes de Goiás
Foi
divulgado na terça-feira, 12, o indicador goiano de carência das famílias, que
adota a base de dados do Cadastro Único do governo federal e utiliza
metodologia do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). O
diferencial desse novo método é a inclusão de critérios como taxa de
analfabetismo, falta de água canalizada, evasão escolar, falta de revestimento
de piso e falta de energia no cálculo do índice de vulnerabilidade social.
Os dados
foram trabalhados e analisados por técnicos do Instituto Mauro Borges (IMB),
lembrando que quanto mais próximo de 1, pior é o contexto de vulnerabilidade
das famílias de um município.
Cavalcante
(0,299); Colinas do Sul (0,267); Amaralina (0,259); Teresina de Goiás (0,258);
e Monte Alegre de Goiás (0,253) foram as cidades com as piores notas e, por
isso, terão prioridade das ações do Gabinete de Políticas Sociais, ou seja,
esse novo formato de análise dos dados sociais vai contribuir para a otimização
de políticas públicas, evitando o direcionamento político das ações sociais.
“Nosso
primeiro passo foi conhecer bem os números . Agora, vamos resolver problemas
que estavam trancados em computadores, já que o CadÚnico existe desde 2001”,
disse o governador Ronaldo Caiado.
O diretor do
IMB, Claudio Gondim Nogueira, explicou que a renda é um dos critérios
fundamentais, mas não deve ser considerado único porque as famílias têm outros
tipos de carências que podem influenciar a qualidade de vida.
“Uma família
que tem o Bolsa Família, mas que tem condição de moradia precária também passa
por uma série de privações e dificuldades que atrapalham o convívio familiar e
afetam a saúde, principalmente, das crianças. Os estudos recentes mostram que,
principalmente, na primeira infância é que toda a capacidade cognitiva da
criança é formada. Então, se ela está em um ambiente insalubre, com más
condições, isso pode afetar ou trazer ônus durante todo o resto da vida”,
destacou.
Para o
governador, o levantamento mostra que apenas transferir dinheiro para as famílias
não é a solução. “Outros fatores são tão importantes quanto para que a família
saia da condição de vulnerabilidade. O que vai facilitar a atuação dos agentes
do governo é que o trabalho feito pelo IMB conseguiu identificar as casas, a
família em cada município. Não é uma tese do achismo, do populismo que você vai
entregar o cartão para A ou B, para dizer quem deve receber. Tem um Cadastro
Único Nacional, tem os dados de Goiás e aí você identifica as crianças que
estão fora da escola, do cidadão que tem uma casa em que não tem banheiro, de
quem não tem energia elétrica, de quem tem as condições de habitação precárias.
Todos esses fatores serão, indiscutivelmente, analisados e levado em
consideração para o trabalho de retirar as famílias da condição de vulnerabilidade”,
pontuou.
Medidas
Os dados
apresentados agora irão nortear a ação social do governo, para melhorar a
condição de vida das famílias goianas com algum risco de vulnerabilidade
social.
Já na semana
que vem, Ronaldo Caiado irá se reunir com os prefeitos das cinco cidades em
situação crítica no IMCF. Ele disse que hoje cerca de R$ 70 milhões de reais
estão depositados nas contas do municípios, por meio do Fundo Municipal de
Assistência Social e não foram utilizados, inclusive, informou que irá conversar
com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, para que os R$ 7 milhões parados na
conta de dezembro de 2018 não sejam devolvidos.
“O recurso
poderia ser transformado em uma política para combatermos aqueles pontos que
foram identificados e que mostram a necessidade de atuação, tanto do prefeito,
quanto do Governador”, ressaltou.
Dentre as
outras ações estão uma reunião com a equipe do PNUD, no próximo dia 20, para
articular parcerias nacionais e internacionais no enfrentamento à situação de
carência das famílias, a ativação de todos os Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS), a capacitação de todos os servidores dos CRAS — que
vão atuar para que toda criança e adolescente em idade escolar volte a estudar
–, bem como auxiliar mais diretamente as 129 famílias do Estado que hoje se
encontram em grau máximo de vulnerabilidade.
Parceria com municípios
O governador
destacou que atuação dos prefeitos também será fundamental para que as famílias
mais carentes sejam atingidas com essa nova política. A assistência social de
cada município precisará manter o CadÚnico atualizado para identificar as
pessoas e domicílios em vulnerabilidade.
“Faremos
esse primeiro grande movimento naquelas cinco primeiras cidades, iniciando por
Cavalcante e depois continuaremos nas demais, mas tudo isso em total parceria
com os prefeitos. É lógico que só temos como implantar o projeto dentro de uma
participação direta dos prefeitos”, reforçou.
Reuniões
semanais serão realizadas pelo Gabinete de Políticas Sociais, inclusive com a
participação de todas as secretarias de Estado. Na próxima reunião serão
apresentadas, por todos os secretários envolvidos, as ações de enfrentamento às
carências já identificadas nos cinco municípios que terão a atuação priorizada.
Fonte: Jornal
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