Denunciados pelo MPGO por fraude a licitações são condenados à prisão e a ressarcir danos de mais de R$ 5 milhões causados ao município de Formosa-GO
Denunciados
pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por falsidade ideológica, uso de
documento falso e fraude a licitação, o servidor público municipal de Formosa
Ari de Sena Souza e sua ex-mulher, Filomena Maria Ataídes, foram condenados
pela 2ª Vara Criminal de Formosa à prisão e ao ressarcimento dos danos causados
ao erário, no valor de R$ 5,3 milhões.
Ari de Sena
Souza foi condenado a 8 anos e 4 meses de detenção em regime semiaberto e ao
pagamento de 131 dias-multa (cada dia no valor de um salário mínimo). Filomena
Maria de Ataídes foi condenada a 4 anos e 4 meses de detenção, e ao pagamento
de 28 dias-multa (cada dia no valor de um salário mínimo), mas a sua pena foi
convertida em prestação de serviço. Os dois terão de pagar indenização mínima,
ao município de Formosa, no valor de R$ 5.437.124,68.
A condenação
é resultado de operação desencadeada pela 3ª Promotoria de Justiça de Formosa,
em novembro de 2019. O MPGO detectou, após investigações realizadas pelo
serviço de inteligência, que Ari de Sena Souza e Filomena Maria Ataídes
utilizaram documentos falsos e fraudaram licitações, cujos valores, somados,
atingiram R$ 5,3 milhões.
A operação
foi coordenada pelo promotor de Justiça Douglas Chegury, com apoio das equipes
da Polícia Civil, chefiadas pelos delegados José Antônio Machado e Danilo
Meneses. Durante a operação foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva
e quatro de busca e apreensão.
Servidor
utilizou empresa para firmar contratos com o município
De acordo
com a denúncia, Ari de Sena Souza é servidor público municipal desde 2002. De
acordo com a Lei nº 8.666/93, integrantes do serviço público não podem firmar
contratos com seus empregadores.
Ocorre que
ele utilizou a empresa AP Piscinas Ltda. ME, de quem era o verdadeiro
proprietário, para participar de várias licitações e celebrar vários contratos
com o município de Formosa entre 2010 e 2019.
Em todos os
procedimentos licitatórios, Filomena Maria Ataídes sempre foi apontada como
sócia e administradora da AP Piscinas Ltda. ME. Os contratos obtidos eram para
limpeza e conservação de vários prédios públicos.
Ainda
segundo a denúncia, os crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica e uso
de documento falso teriam ocorrido tanto durante o procedimento licitatório,
como nas contratações, inclusive nos aditivos, porque os dois teriam ocultado o
verdadeiro proprietário da AP Piscinas Ltda. ME.
Além disso,
falsificaram documento público, ao registrar na Junta Comercial do Estado de
Goiás (Juceg) alterações contratuais com informações falsas e apresentado esses
documentos ideologicamente falsos repetidas vezes perante a administração
pública municipal. Com isso, ainda teriam fraudado os processos licitatórios.
O juiz
Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa, condenou Ari de Sena
Souza e Filomena Maria de Ataídes com base nos seguintes crimes:
- Prática do
crime de fraude à licitação, conforme o artigo 90 da Lei 8.666/93, por 4 vezes
- Prática do
crime de uso de documento falso, conforme consta no artigo 304 do Código Penal,
por 18 vezes.
Fonte: MPGO
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