A Unidade
Móvel de Prevenção ao Câncer de Mama e de Colo Uterino está na cidade de
Cavalcante, no nordeste goiano, para atender mulheres nessas comunidades
distantes dos grandes centros.
A Carreta da
Prevenção, como é chamada, é vinculada à Policlínica de Regional Posse, unidade
do Governo de Goiás, e percorre cidades do Nordeste Goiano levando exames de mamografia
e preventivo de colo uterino.
Cavalcante
fica no extremo Norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e é o
território que abriga o Quilombo do Calunga, o primeiro território quilombola
reconhecido pela Organização das Nações Unidas. A cidade tem forte
identificação com os quilombolas que resistiram culturalmente por séculos e
hoje são a marca registrada de belas paisagens e uma cultura rica.
A
Policlínica de Posse é uma unidade da rede estadual de saúde e tem atenção
voltada para essas comunidades. Diretora da unidade, a enfermeira Silvana
Jardinismo explica que o objetivo é proporcionar exames e atenção especializada
às populações diferenciadas. “Nossa meta é facilitar esse tipo de exame, como
mamografia, para mulheres que teriam maior dificuldade para chegar a locais
onde seja feita a regulação para esse tipo de procedimento”, comenta.
Por dia são
realizados mais de 30 mamografias e outro número de exames Papanicolau na
Carreta da Prevenção. Edilene Henrique Barbosa é uma dessas quilombolas que
conseguiu fazer a mamografia. Aos 41 anos, casada e mãe de dois filhos ela
nunca havia feito o exame, apesar de recomendação médica para cuidados com a
prevenção.
Junto com
ela, outras mulheres fizeram a triagem e também aguardavam para fazer a mamografia:
9 em cada 10 nunca puderam ser submetidas a esse exame. A maioria revela que
precisaram se deslocar até Brasília, Goiânia ou Anápolis para fazer a
mamografia e, assim mesmo, precisaram pagar. “Esperar para fazer pelo SUS é um
sofrimento que dura quase dois anos, então muitas resolvem pagar do próprio
bolso”, comentou uma das mulheres.
A quilombola
Edilene hoje mora na cidade e trabalha no hospital municipal. Mesmo assim, toda
a família, como mãe e irmãs, vivem na comunidade Capela, uma das cinco
comunidades calunga, que abrigam mais de 200 famílias e cuja ocupação do
território remonta ao Ciclo do Ouro. A demanda de mulheres para serem
submetidas a mamografia é de mais de 500 pacientes, numa fila que as
autoridades de saúde esperam zerar com esse ciclo de atendimento.
Fonte: SES Goiás
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