Euzi de
Souza era empregada doméstica em Alvorada do Norte, na região nordeste de
Goiás. Ela e o esposo, que trabalha como pedreiro, sustentavam a família de
duas filhas e um neto.
Às vezes, no
trabalho, Euzi sofria com sangramentos; frequentemente sentia-se fraca, cólicas
atrapalhavam sua rotina. Mesmo com diversas visitas ao médico, o tumor em
estágio avançado não era diagnosticado. Alvorada do Norte, uma cidade de 7.600
habitantes, não contava com os equipamentos necessários para constatar o câncer
de reto.
Um dia,
fortes dores e sangramentos obrigaram Euzi a deixar o trabalho e, novamente
encaminhada à emergência, uma médica novata no hospital reconheceu seus
sintomas – até então confundidos com os de hemorróidas comuns – e a enviou à
cidade de Formosa para que realizasse exames. De lá, foi encaminhada à
Brasília, onde esperou por atendimento por mais de um mês.
Em Brasília
foi aconselhada a vir à Goiânia, onde, no Hospital Araújo Jorge, o atendimento
seria mais rápido. Dois anos e sete cirurgias depois, Euzi de Souza se mostra
esperançosa e satisfeita com a qualidade dos serviços do hospital.
Entretanto,
manter a qualidade de vida nessas condições é um desafio. O esposo continua
trabalhando em Alvorada e uma das filhas vive com Euzi, cuidando da mãe. Sua
principal forma de sustento são as doações que recebe de pessoas sensibilizadas.
Em Alvorada
do Norte, as amigas de infância Maria do Socorro e Cicinha – “duas irmãs que
Deus me deu” – organizam almoços beneficentes, bingos e rifas com o intuito de
arrecadar fundos para o sustento de Euzi e de sua família.
Além disso,
Euzi de Souza recebe o Auxílio-Doença, um benefício do Governo Federal devido
ao contribuinte do INSS que for acometido por uma doença ou acidente que o
incapacite para o trabalho. Essa é a situação de milhares de interioranos que
se mudam temporariamente para capitais com intenção de realizar um tratamento.
Em seu
último senso, o Auxílio-Doença era concedido a 1,8 milhões de brasileiros, em
um total de R$ 23 bilhões por ano; e em Goiânia, diversas casas de apoio
oferecem ajuda voluntária a cidadãos do interior do estado que, por razões
médicas, vêm encaminhados pelas prefeituras ou entidades sociais.
Mesmo sem
conseguir deixar a cama, Euzi se mostra otimista e pretende retornar para
Alvorada do Norte na próxima terça-feira. Ela vai à cidade de origem sempre que
pode, para rever a família e amigos, e só retorna ao fim de sua alta. “Só fico
lá no tempo que o médico autoriza, né? Matar a saudade só enquanto durar o
tempo da alta.”
Euzi de
Souza depende de doações para sustentar a família e disponibilizou um número de
telefone para interessados em ajudá-la: (62) 99651-3521.
Com
informações O Hoje
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