O Núcleo de
Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Goiás denunciou nesta
segunda-feira (12) o presidente estadual do PSDB de Goiás, Afrêni Gonçalves, o
ex-secretário estadual da Fazenda e ex-presidente da Saneago, estatal de
saneamento de Goiás, José Taveira Rocha, e outros 33 acusados de participar do
esquema de corrupção que, segundo o Ministério Público Federal, desviou
recursos do PAC para campanhas tucanas no Estado.
Afrêni caiu
no grampo da Operação Decantação, da Polícia Federal supostamente negociando
dívida de campanha de 2014 ao governo do Estado, quando foi reeleito o tucano
Marconi Perillo - ele está em seu quarto mandato. Na denúncia, a Procuradoria
não cita o governador.
Afrêni foi
preso no dia 24 de agosto. Valores da empresa de Saneamento de Goiás (Saneago),
da qual o tucano é diretor de Expansão, teriam bancado despesas eleitorais com
a Gráfica Moura.
A denúncia
de 188 páginas é assinada pelo procurador da República Mário Lúcio de Avelar. A
acusação tem base na Operação Decantação. Deflagrada em 24 de agosto, a
Decantação desarticulou uma organização criminosa responsável pelo desvio de
cerca de R$ 5,2 milhões em recursos federais a partir da Saneago.
Para o
procurador, a investigação mostrou que "os valores recepcionados pelo PSDB
o foram a título de propina, ainda que sob a forma de doação, porque
disfarçadas do seu real propósito" diz Mário Lúcio de Avelar na acusação
em referência a uma doação de R$ 1 milhão recebida pelo diretório estadual do
PSDB em 2014 por uma das empresas que tinham contrato com a Saneago.
O procurador
requisitou o perdimento em favor da União de R$ 17,5 milhões de quatro empresas
e dois réus acusados de participar do esquema, além da condenação dos 35
denunciados por crimes como peculato (desvio de dinheiro público), corrupção
passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos
licitatórios.
No esquema,
o presidente do PSDB estadual é apontado pelo procurador como o responsável
pelo núcleo político da estrutura de desvio de dinheiro montada na estatal.
"Existem
fundados indícios de que o denunciado dá provimento ao núcleo político da
organização criminosa, dirige, age e interage na Saneago para beneficiar aliados
políticos, direcionar contratos, abreviar pagamentos e percutir dinheiro para o
PSDB e campanhas políticas", afirma a denúncia.
Fonte:
Estadão
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