terça-feira, 13 de setembro de 2016

'PSDB de Goiás recebeu propina em forma de doação', diz procurador



O Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Goiás denunciou nesta segunda-feira (12) o presidente estadual do PSDB de Goiás, Afrêni Gonçalves, o ex-secretário estadual da Fazenda e ex-presidente da Saneago, estatal de saneamento de Goiás, José Taveira Rocha, e outros 33 acusados de participar do esquema de corrupção que, segundo o Ministério Público Federal, desviou recursos do PAC para campanhas tucanas no Estado.

Afrêni caiu no grampo da Operação Decantação, da Polícia Federal supostamente negociando dívida de campanha de 2014 ao governo do Estado, quando foi reeleito o tucano Marconi Perillo - ele está em seu quarto mandato. Na denúncia, a Procuradoria não cita o governador.

Afrêni foi preso no dia 24 de agosto. Valores da empresa de Saneamento de Goiás (Saneago), da qual o tucano é diretor de Expansão, teriam bancado despesas eleitorais com a Gráfica Moura.

A denúncia de 188 páginas é assinada pelo procurador da República Mário Lúcio de Avelar. A acusação tem base na Operação Decantação. Deflagrada em 24 de agosto, a Decantação desarticulou uma organização criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 5,2 milhões em recursos federais a partir da Saneago.

Para o procurador, a investigação mostrou que "os valores recepcionados pelo PSDB o foram a título de propina, ainda que sob a forma de doação, porque disfarçadas do seu real propósito" diz Mário Lúcio de Avelar na acusação em referência a uma doação de R$ 1 milhão recebida pelo diretório estadual do PSDB em 2014 por uma das empresas que tinham contrato com a Saneago.

O procurador requisitou o perdimento em favor da União de R$ 17,5 milhões de quatro empresas e dois réus acusados de participar do esquema, além da condenação dos 35 denunciados por crimes como peculato (desvio de dinheiro público), corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.

No esquema, o presidente do PSDB estadual é apontado pelo procurador como o responsável pelo núcleo político da estrutura de desvio de dinheiro montada na estatal.

"Existem fundados indícios de que o denunciado dá provimento ao núcleo político da organização criminosa, dirige, age e interage na Saneago para beneficiar aliados políticos, direcionar contratos, abreviar pagamentos e percutir dinheiro para o PSDB e campanhas políticas", afirma a denúncia.

Fonte: Estadão

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