Maior área
contínua de Cerrado e última fronteira agrícola do território goiano, a região
da Chapada dos Veadeiros é atualmente o principal ponto de disputa entre
ambientalistas e ruralistas no Estado.
Nessa queda
de braço, a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), que
chegou a ser dada como certa este ano, pelo governo federal, volta a ter futuro
incerto.
O governo de
Goiás pediu ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) mais seis meses de prazo antes
da assinatura do decreto triplicando a área protegida e apresentará uma
contraproposta aos novos limites estabelecidos pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com base em estudo feito a pedido da
Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), para que os novos limites
sejam revistos, ficando em aproximadamente 200 mil hectares.
O ICMBio
quer aumentar o parque de 65,5 mil hectares para cerca de 242 mil hectares. A
medida se faz necessária para manter o título de Patrimônio Natural da
Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência
e Cultura (Unesco), e também para a manutenção de espécies animais e vegetais
ameaçadas de extinção. “Parece muito, mas não é. Para conservar a
biodiversidade, quando a gente fala em grandes mamíferos como o lobo guará e as
onças pintada e parda, precisamos de grandes áreas”, diz o chefe do PNCV,
Fernando Tatagiba.
Tatagiba
explica que a nova proposta pega um boa extensão de cerrado de altitude e a
maior parte do Pouso Alto, que é o ponto mais alto do Planalto Central (mais de
1.600 metros de altitude). Atualmente, o pico está fora da unidade de
conservação (UC). Também destaca a proteção de matas secas, um tipo de
vegetação que não há dentro dos limites atuais, além de nascentes de
importantes córregos e rios.
O processo
está concluído e aguarda na Casa Civil até ser enviado para a assinatura do
presidente da República, Michel Temer (PMDB). Mas os sucessivos pedidos de
prazo do governo de Goiás tem preocupado os gestores da área. Para Tatagiba,
decretar a ampliação do parque significa zelar por um patrimônio das águas que
abastecem bacias importantes de várias regiões do País, que vive uma crise
hídrica.
A
superintende de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Secima, Jacqueline Vieira,
diz apoiar a ampliação do parque. Sobre os pedidos de prazo antes da assinatura
do decreto, diz que no início do ano passado, o governo de Goiás lançou naquela
região o programa gleba legal. “A nossa proposta é fazer uma força tarefa para
a regularização naquela região”.
Fonte: O
Popular
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