Posse/GO: Preso por espancar a mulher agiu em legítima defesa e nega que a deixou amarrada por 36 horas, diz advogado
O advogado
do técnico em telecomunicações Leandro Sousa Sampaio, de 33 anos, preso
suspeito de espancar a companheira, Keilla Carneiro de Carvalho, de 19, diz que
ele agiu em legítima defesa. Segundo Euler Antônio de Araújo, ele apenas
revidou a uma agressão que estava sofrendo durante uma discussão, em Posse,
região nordeste de Goiás.
O defensor
admitiu que seu cliente amarrou a vítima, mas negou que ela tenha sido mantida
assim por 36h, como afirmou à polícia. O tempo, afirma, foi de "uns 7
minutos". A jovem está internada.
Leandro foi
detido na terça-feira (21), logo após se entregar à polícia, em Alvorada do
Norte, distante 58 km de Posse, em cumprimento a um mandado de prisão que há
havia sido expedido pela Justiça. Logo em seguida, ele prestou depoimento.
"Ele
revidou as ações que ela praticou contra ele, ele praticamente agiu em legítima
defesa. Ele está todo machucado", disse Araújo a reportagem.
De acordo
com o advogado, o casal já estava se desentendendo e Leandro, ao chegar em
casa, disse que iria embora. Porém, conforme ele, Keilla trancou a porta, não
deixou e o empurrou. Depois, partiu para cima dele e também mordeu seus dedos.
O defensor
alega que, em dado momento, a jovem pegou um pedaço de madeira e golpeou o
companheiro na cabeça.
"Ele
perdeu a cabeça e jogou ela no chão. Ele declarou isso, mas não deu nenhum
murro nela. Ele jogou ela no chão quando recebeu a pancada. Foi uma reação dele
porque ela acertou uma paulada nele violenta", afirma.
Amarrada
O caso
aconteceu na madrugada de quinta-feira (16), na residência onde o casal reside.
Segundo relato dela à polícia, após ser espancada, ela teve os pés e mãos
amarrados, foi amordaçada e assim ficou por cerca de 36h. Somente por volta das
17h é que ela disse ter sido solta.
O advogado
admite que Leandro amarrou a namorada, mas questiona o tempo alegado por ela.
"Ele
realmente a amarrou porque ela já tinha furado ele três vezes já com uma faca.
Ele não estava confiando, ficou com medo. Ele amarrou, mas não ficou muito
tempo não. Ele falou que foi uns sete minutos", afirma.
Araújo
afirmou que eles foram dormir em locais separados e no dia seguinte chegou a ir
à farmácia para comprar remédios para ela. No sábado (18), ela passou mal e foi
levada ao hospital por parentes dele, que fugiu.
Discussão
O advogado
disse também que a discussão ocorreu devido ao fato de que Leandro queria ir
embora de casa e Keilla não queria deixar. O delegado Alexandre Câmara,
responsável pelo caso, confirmou a situação, mas disse que, nas palavras dela,
a situação ocorreu diferente.
"Ela
confirma que houve a briga, mas que pegou a madeira e atingiu o companheiro
para se defender enquanto era esganada por ele", destaca.
Câmara
afirmou, porém, que as lesões de Keilla, principalmente os hematomas do rosto,
contradizem a tese de legítima defesa apresentada pelo suspeito.
Ele aguarda
um laudo da perícia para saber a gravidade das lesões. A priori, o caso foi
registrado como lesão corporal e cárcere privado. Porém, no decorrer da
investigação, a tipificação pode mudar para tentativa de homicídio.
Peritos
estiveram na residência do casal na manhã desta quarta-feira (22) e recolheram
o objeto que teria sido usado para amarrar a vítima e remédios. Manchas de
sangue foram encontradas pelo imóvel.
Fonte: G1
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