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Mambaí/GO está entre as 11 pequenas cidades citadas no livro O Brasil que Pedala



A cidade Mambaí, no nordeste goiano, está entre as 11 pequenas cidades citadas no livro O Brasil que Pedala. Elaborada por pesquisadores, a obra foi organizada por Daniel Guth, da Aliança Bike, e André Soares, da União de Ciclistas do Brasil. O paulistano Daniel Guth, comunicador social e consultor em política de mobilidade urbana, explica o que motiva o uso da bicicleta.

Você anda de bicicleta?

Desde 2006 só ando de bicicleta e uso transporte público quando preciso. Meu corpo ganhou condicionamento rápido. A gente encara a cidade de outra forma. E me trouxe ganhos de qualidade de vida profundos. Até para eu compreender que o urbanismo era o meu foco de atuação profissional. A bicicleta promoveu isso: reconectar com a cidade, a vizinhança, o comércio, o olho a olho. É um poder revolucionário. Dizem que a bicicleta traz à tona as lembranças da infância. O carro é muito mais prisão do que libertação.

A cultura da bicicleta vive?

É um cenário em franca transformação. A cultura é resiliente, é forte, principalmente em cidades pequenas. Em Mambaí (GO), usa-se mais o modelo barra forte, robusto, de aço, que permite carregar até três pessoas. Não consigo enxergar nenhum benefício na motorização. Temos indicadores negativos, associados ao aumento de mortes, desertificação dos espaços públicos, sensação de medo de se locomover. E ainda os indicadores de saúde pública. Quanto mais as pessoas se movimentam, menos doenças elas têm.

O que motiva o ciclista?

O motivo principal é a praticidade e rapidez. Em Mambaí, 94% dos entrevistados estavam usando bicicletas comuns. Apenas 3% eram de carga ou serviço e 3% eram esportivas. Mambaí tem cultura de cicloturismo e de mountain bike. Em segundo lugar, é por ser mais barata. O terceiro motivo, por ser mais saudável e, lá embaixo, por ser ambientalmente correta.

Quais os efeitos na cidade?

Afuá, no Pará, tem o quarto pior IDH do Pará. Normalmente essas cidades apresentam elevados índices de homicídios e mortes no trânsito. Já as cidades que têm alto uso de bicicleta apresentam indicadores baixos. Em Afuá, de 2005 a 2017, não houve morte no trânsito. E é um dos mais baixos índices de homicídio por habitante do Pará. É algo pra gente estudar. Os números indicam que há correlação entre a mobilidade ativa e indicadores de qualidade de vida positivos. As relações entre as pessoas são mediadas pela mobilidade ativa. O uso da bicicleta humaniza o trânsito.

Quem é o ciclista de Mambaí?

Em Mambaí, 85% dos ciclistas usam a bicicleta de cinco a sete dias por semana. É uma cultura que vem desde a infância. O contato com a bicicleta se dá no caminho para a escola, no núcleo familiar, entre os amigos. O perfil diferente está na baixa escolaridade: 43% dos usuários estão nessa faixa. Mostra que a bicicleta, sob o ponto de vista de inclusão, é importantíssima.

É um poder revolucionário. Dizem que a bicicleta traz à tona as lembranças da infância. O carro é muito mais prisão do que libertação”

Fonte: O Popular

Comentários

  1. Bom dia, hoje com certeza temos um índice maior de adeptos ao MTB. Éo aumento do uso da bike aumentou bastante m

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