O comandante
de Policiamento da Capital da PM de Goiás, tenente-coronel Ricardo Rocha, foi
um dos alvos da Polícia Federal no âmbito das investigações relativas a essa
segunda fase da Operação Sexto Mandamento.
Apesar de
não ter sido preso, ele foi indiciado por homicídio e ocultação de cadáver na
manhã desta sexta-feira (11), logo após prestar depoimento.
Ricardo é
suspeito de participar da morte de dois primos no município de Alvorada do
Norte, a cerca de 455 km de Goiânia. O crime teria ocorrido na época em que o
tenente-coronel era comandante do Batalhão da PM de Formosa.
Segundo a
Polícia Federal, os rapazes mortos e um terceiro indivíduo, que conseguiu
escapar, eram suspeitos de cometer furtos de gado na fazenda de um empresário
da região.
O
proprietário então acionou Ricardo – à época major --, que teria tido
envolvimento nas execuções. Os corpos das vítimas nunca foram encontrados.
A
participação do tenente-coronel é sustentada por depoimentos de testemunhas e
do rapaz que escapou, que afirmam ter visto os jovens, já sem vida, serem
colocados em veículos do Batalhão de Formosa.
O delegado
Milton Rodrigues Neves, da PF, diz não haver dúvidas do envolvimento de Ricardo
no crime. “Temos provas que apontam que eles foram assassinados: depoimentos,
dados, comprovantes do aluguel dos carros, por exemplo”, declarou.
De acordo
com os investigadores, a campanha de Ricardo Rocha a deputado estadual neste
ano teria sido, inclusive, financiada por “clientes” que encomendavam
assassinatos. Nenhum detalhe a mais foi dado, porém, já que o inquérito está
sob sigilo de Justiça.
Ricardo
Rocha já havia sido preso durante a primeira fase da Operação Sexto Mandamento,
em 2011, ocasião em que permaneceu detido por quatro meses. Porém, ele foi
inocentado em todos os júris que participou por ausência de provas.
Em fevereiro
deste ano, foi escolhido pelo governador Marconi Perillo como chefe do comando
de policiamento de Goiânia. Na época, o anúncio gerou bastante controvérsia,
mas o governador afirmou reiteradas vezes que o PM jamais foi condenado e que a
escolha foi feita com base na eficiência do oficial.
Por nota, a
defesa de Ricardo Rocha declarou ter ficado "muito surpresa com essa
condução coercitiva", afirmando que foi desnecessária. "Sempre que
foi procurado fez os esclarecimentos pertinentes. Não tem envolvimento com
nenhum dos fatos narrados e desconhece a existência de extermínio na Polícia
Militar do Estado de Goiás", declara.
A PM de
Goiás não comentou o caso.
Fonte: Emais
Goiás
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