João dos
Santos Rosa (foto) diz ter 78 anos. Não tem endereço fixo, emprego, parentes vivos,
nem mesmo documentos que comprovem o seu nome, idade e local de nascimento.
Nesta
quarta-feira (30), o idoso sentiu-se contemplado, ao, finalmente, conquistar um
registro civil, obtido durante o Justiça Ativa, realizado na comarca de
Cavalcante.
A sentença
foi proferida pelo juiz Everton Pereira Santos, mediante comprovação de
testemunhas – pessoas para as quais João dos Santos já prestou serviços, como
capinação e roçagem em fazendas locais.
Para o
magistrado "o registro é de extrema importância, pois visa a garantir os
direitos previstos na Constituição Federal e, dessa forma, será possível
expedir os demais documentos, como registro de identidade (RG) e cadastro de
pessoa física (CPF)".
A oficial de
registros públicos do cartório da cidade, Luslene Soares da Silva Veloso, foi a
responsável por ajudar e investigar a identidade de João. A cartorária conta
que viu o idoso, pela primeira vez, desmaiado na entrada da cidade.
“Percebi que
ele estava fraco e que, provavelmente, havia perdido os sentidos por uma queda
de glicose. Quando ele comeu, ele logo me disse que as 'vistas' haviam
clareado. Me sensibilizei em ajudá-lo”, conta.
Luslene
Veloso fez, então, uma busca em delegacias e municípios vizinhos por registros
de João, mas não encontrou nada que correspondesse à identidade do idoso.
“Ele já não
tem mais forças físicas para trabalhar e vive à mercê da sociedade. É preciso
torná-lo existente juridicamente. Vê-lo nessa situação de miséria é
inaceitável”, explica a cartorária que relata, também, que vai ajudar o idoso a
pleitear benefícios de assistência social. “Eu só tenho Deus e a senhora”,
endossa o andarilho.
Para evitar
situações como essa, a cartorária conta que tem participado de várias ações em
Cavalcante junto a igrejas – que realizam casamentos e batismos, por isso,
detém documentações nominais. “No cartório é o local onde passa-se tudo, desde
o nascimento à morte”.
Fonte: TJGO
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