A Polícia
Federal desvendou esquema de fraudes em contratos de licitações públicas em
empresas de familiares e pessoas de confiança do atual governador de Tocantins,
Marcelo Miranda (PMDB).
A Operação
Reis do Gado, deflagrada nesta segunda-feira, cumpre 108 mandados expedidos
pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também tem como alvo o ex-governador
Siqueira Campos (sem partido). O prejuízo aos cofres públicos identificado até
agora, segundo a PF, é de R$ 200 milhões.
Marcelo
Miranda foi levado de Araguaína, no interior do estado, para Palmas, onde será
ouvido pelos delegados. Seu pai e um de seus irmãos também foram conduzidos.
Siqueira Campos - que governou Tocantins por quatro vezes, sendo a última pelo
PSDB - também foi alvo de condução coercitiva.
Os delegados
da Polícia Federal responsáveis pela investigação informaram que o esquema de
lavagem de dinheiro deflagrado na Operação Reis do Gado se mantinha há dez anos
e, além dos dois governadores, envolvem empresas que atuaram nas duas gestões.
No início de
outubro, Campos já havia sido alvo da Operação Ápia, da PF, que desarticulou
uma organização criminosa em Tocantins que fraudava licitações públicas e
execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e
pavimentação em rodovias estaduais. Na época, a ação mirou também Sandoval
Cardoso.
No total,
são oito mandatos de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca
e apreensão em sete cidades do Tocantins, Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito
Federal.
A
investigação identificou ocultação de dinheiro desviado ilicitamente por meio
de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais
ilegais. Essas transações envolviam ainda compra de fazendas e de grandes
quantidades de gado.
Em um dos
casos, foi identificada uma compra de gado cujo volume não caberia dentro da
propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Os
investigadores batizaram essa negociata de "Gados de papel".
Em outro
caso, segundo a PF, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma
empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo
dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar
para que se pudesse suprir o valor integral do contrato.
Os
investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato,
corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.
Fonte: O
Globo
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