terça-feira, 29 de novembro de 2016

PF mira ex e atual governador de Tocantins em ação que apura desvios de R$ 200 milhões



A Polícia Federal desvendou esquema de fraudes em contratos de licitações públicas em empresas de familiares e pessoas de confiança do atual governador de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).

A Operação Reis do Gado, deflagrada nesta segunda-feira, cumpre 108 mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também tem como alvo o ex-governador Siqueira Campos (sem partido). O prejuízo aos cofres públicos identificado até agora, segundo a PF, é de R$ 200 milhões.

Marcelo Miranda foi levado de Araguaína, no interior do estado, para Palmas, onde será ouvido pelos delegados. Seu pai e um de seus irmãos também foram conduzidos. Siqueira Campos - que governou Tocantins por quatro vezes, sendo a última pelo PSDB - também foi alvo de condução coercitiva.

Os delegados da Polícia Federal responsáveis pela investigação informaram que o esquema de lavagem de dinheiro deflagrado na Operação Reis do Gado se mantinha há dez anos e, além dos dois governadores, envolvem empresas que atuaram nas duas gestões.

No início de outubro, Campos já havia sido alvo da Operação Ápia, da PF, que desarticulou uma organização criminosa em Tocantins que fraudava licitações públicas e execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e pavimentação em rodovias estaduais. Na época, a ação mirou também Sandoval Cardoso.

No total, são oito mandatos de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão em sete cidades do Tocantins, Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal.

A investigação identificou ocultação de dinheiro desviado ilicitamente por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais. Essas transações envolviam ainda compra de fazendas e de grandes quantidades de gado.

Em um dos casos, foi identificada uma compra de gado cujo volume não caberia dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Os investigadores batizaram essa negociata de "Gados de papel".

Em outro caso, segundo a PF, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato.

Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.

Fonte: O Globo

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